Um dia depois de ofender repórteres em uma entrevista coletiva, o presidente Jair Bolsonaro convidou jornalistas para uma visita ao Palácio da Alvorada. Entre outros temas, o presidente falou sobre o Ministro da Economia Paulo Guedes, a quem chamou de "patrão", e política econômica.
Questionado sobre questões econômicas e criação de novos tributos, Bolsonaro disse que Paulo Guedes, "é o patrão", mas que a determinação é não ter novos impostos, apenas substituir os que já existem. O presidente sinalizou que deseja estender faixa de isenção de imposto de renda para R$ 3 mil reais.
O presidente também falou sobre a proposta de Reforma Tributária. Bolsonaro disse que prefere deixar "na mão do Paulo Guedes" a discussão de alternativas para desonerar a folha de pagamentos. "Não quero falar algo que possa constranger o Paulo Guedes amanhã por desconhecimento da minha parte. Eu que tenho que me alinhar a ele, não ele a mim. Pelo contrário. Ele que é meu patrão nessa questão, não eu patrão dele", afirmou.
Segundo Bolsonaro, o governo vai apresentar emendas às duas propostas de reforma tributária que tramitam no Congresso Nacional. Na quarta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo não vai mais enviar uma proposta de emenda constitucional (PEC), mas ainda enviará propostas próprias - o que poderia ser feito, por exemplo, por projeto de lei.
"As duas propostas de reforma tributária que tramitam no Congresso Nacional estão bastante avançadas e vão na linha do Posto Ipiranga (ministro da Economia, Paulo Guedes). Ele falou que vai apresentar sugestões, em forma de emendas", disse.
O presidente chegou a dizer que assistiria a uma entrevista do ministro Paulo Guedes para "saber realmente a linha dele", mas afirmou que não haverá aumento de carga tributária. "Criar imposto não existe. Pode até inventar um novo nome para acabar com outros, uma substituição", afirmou.
Bolsonaro acrescentou que a reforma tributária, assim como a da Previdência, é "interesse da sociedade" e diz não ver tanta dificuldade para a aprovação. "O que tenho falado com Paulo Guedes é usar mais a palavra simplificação e ver o que pode ser aprovado. Todas as outras tentativas que não deram certo, se tivesse simplificado um pouquinho, hoje talvez não precisasse de uma reforma tributária. Vamos dar um passo", afirmou.
Sobre o protagonismo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na aprovação da reforma da Previdência, Bolsonaro disse que não faz questão de ser o pai da criança. "Toda honra e glória para o Rodrigo Maia. Um beijo pro Rodrigo Maia e para o Davi Alcolumbre. Tá vendo que eu não sou gordofóbico?", disse.
Israel
O presidente disse que o governo mantém a proposta de transferir a Embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém, mas não indicou quando a mudança deve se concretizar. Ainda sobre esse assunto, Bolsonaro disse que o nome de Paulo Jorge de Nápolis, ex-adido militar em Israel, inicialmente cotado para ocupar a embaixada, "saiu do radar".