Suspeito de atacar a produtora do Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi viajou para a Rússia no último domingo, 29, de acordo com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, que confirmou informação divulgada pela TV Globo. O caso está sendo acompanhado pela 10ª Delegacia de Polícia, que "está comunicando a Interpol" da viagem, afirmou a polícia por meio de sua assessoria de imprensa.
O ataque à produtora aconteceu no dia 24 de dezembro. O suspeito embarcou no aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio, cinco dias depois, como mostram imagens divulgadas pela TV Globo. A sua prisão foi decretada no dia 30.
Ontem, 1, ele divulgou um vídeo de pouco mais de sete minutos nas redes sociais, em que ataca o Porta dos Fundos e utiliza argumentos cristãos para chamar os humoristas de intolerantes, marginais e bandidos. "A posição de tolerância, de se vestir pela pele do outro e buscar entender os problemas que o outro passa através da perspectiva dele, é tudo o que os tolerantes do Porta dos Fundos não têm. A tolerância deles é marketing", disse. Em seguida afirma que "Ele (o Porta dos Fundos) joga na miséria material e imaterial - espiritual, emocional, psicológica - milhões de brasileiros que se apegam ao nome de Cristo". Ao fim, Fauzi se apresenta como um guardador de veículos e povo brasileiro e usa a expressão "anauê", saudação própria dos integralistas, grupo político de extrema direita. Na terça-feira, 31, a Frente Integralista Brasileira (FIB) expulsou Fauzi.
Fauzi se referia ao especial de Natal de 2019 do Porta dos Fundos, exibido pela Netflix no fim do ano, em que o ator Gregório Duvivier interpreta Jesus Cristo. No episódio, há uma insinuação de que Jesus teria tido uma experiência homossexual após passar 40 dias no deserto.
Ele foi o único dos cinco suspeitos do ataque à produtora que fugiu com o rosto descoberto.
Filiado ao partido PSL-RJ desde 2001, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o suspeito tem 20 passagens pela polícia, a maioria por casos de agressão e lesão corporal. Há sete anos, foi preso por agredir o então secretário municipal de Ordem Pública do Rio, Alex Costa, enquanto concedia uma entrevista ao vivo. Na época, Fauzi trabalhava em um estacionamento irregular do centro do Rio que tinha acabado de ser fechado em uma operação da Guarda Municipal.
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