Após citar um ministro nazista em pronunciamento ao anunciar uma série de prêmios artísticos do Governo Federal, o secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, será exonerado. O homem forte do presidente da República para o setor cultural chegou a dizer que a referência fascista em seu discurso foi uma "coincidência retórica".
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Secretário de Cultura, Roberto Alvim, responde a críticas e elogia a ideia de Goebbels Classe artística repercurte pronunciamento de secretário de cultura que lembra discurso nazista Maia, Olavo e Alcolumbre condenam fala de secretário de CulturaBolsonaro evita dar entrevista e diz que imprensa ''deturpa'' declaraçõesJair Bolsonaro confirma exoneração de Roberto AlvimAlvim disse mais cedo, em entrevista ao programa Chamada Geral da rádio GaúchaZH, que tinha conversado sobre o assunto com o presidente por telefone e que Bolsonaro havia entendido que "não houve má intencionalidade e que eu não sabia a origem da menção".
Opinião sem medo: Bolsonaro demora mas demite; um "louco nazista a menos"Trecho copiado de Goebbels
No vídeo, Alvim diz que "a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”.
A fala é semelhante a um discurso de Joseph Goebbels em 8 de maio de de 1933, no hotel Kaiserhof, em Berlim."A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada". Na ocasião, ele falava para diretores de teatro.
O trecho do discurso do ministro nazista está relatado no livro "Joseph Goebbels: Uma biografia" (Ed. Objetiva), escrito pelo historiador alemão Peter Longerich. Além da citação, a música de fundo do vídeo é um trecho da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, uma obra que Hitler contou em sua autobiografia ter sido decisiva em sua vida.
Joseph Goebbels tornou-se ministro da Propaganda de Adolf Hitler em 1933. Esse era um dos cargos mais importantes do governo alemão, já que era atribuição desse ministério a tarefa de convencer a população sobre os ideais nazistas. Cabia a Goebbels também o controle de toda a produção jornalística da Alemanha, o que acarretou em censura e perseguição a jornalistas judeus e outros grupos de oposição.
Sob ordens de Hitler, Goebbels convocou a população a boicotar negócios judeus e incentivou e organizou a queima de livros considerados “não alemães”. Após a morte de Hitler, Goebbels exerceu a função de chanceler por um dia. Ele e a esposa tiraram a própria vida em 1º de maio de 1945, após envenenarem os seis filhos.