O presidente Jair Bolsonaro confirmou, no início da tarde desta sexta-feira, a demissão de Roberto Alvim, até então secretário de Cultura do governo. No comunicado divulgado em redes sociais, o chefe do Executivo classificou o episódio como um "pronunciamento infeliz" que tornou "insustentável" a permanência de Alvim.
A exoneração já era esperada, de acordo com interlocutores próximos ao grupo político do Executivo. Fontes no Planalto, além da cúpula militar, consideravam como certa a saída do secretário de Cultura.
A causa da demissão foi um vídeo publicado no perfil oficial da secretária de Cultura, no Twitter, na noite de quinta-feira. No discurso, Alvim usou trechos de uma fala de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler. Internautas perceberam, também, que a música de fundo escolhida para a publicação de Alvim é a ópera Lohengrin, de Richard Wagner, obra considerada pelo próprio Hitler como decisiva em sua vida.
Na nota, o presidente Jair Bolsonaro também dedicou espaço para repudiar "ideologias totalitárias e genocidas". O político manifestou "total e irrestrito apoio à comunidade judaica".
Confira a nota na íntegra:
"- Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência.
- Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas.
- Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos valores em comum.
Presidente Jair Bolsonaro".