A demissão do então secretário especial da cultura, Roberto Alvim, por copiar o discurso do ministro Joseph Goebbels, um dos idealizadores do nazismo, pode ser o começo das consequências relacionadas ao caso. Apologia ao nazismo é crime no Brasil, mesmo no caso de pessoas que não integram o poder público.
No entanto, quando a propaganda ao regime mortal idealizado por Adolf Hitler parte de um agente do Estado, o caso ganha gravidade ainda maior. No campo político, os prejuízos ocorrem no âmbito do Congresso, pois o Executivo alcança indisposição dos parlamentares. Além disso, a repercussão internacional prejudica a imagem do país no exterior.
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Jair Bolsonaro confirma exoneração de Roberto AlvimSecretário de Cultura, Roberto Alvim, responde a críticas e elogia a ideia de Goebbels O ex-secretário de Cultura e a banalidade do ódioDe acordo com Vera, se tivesse partido de um ministro, a situação seria ainda maior. "Só não poderia ser enquadrada em crime de responsabilidade porque não se trata de um Ministro de Estado", completou. O artigo 22 da lei 7.170/83 prevê prisão de um a quatro anos para quem "fazer, em público, propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social; de discriminação racial, de luta pela violência entre as classes sociais, de perseguição religiosa; de guerra" e de outros crimes.
O Psol informou que vai representar contra o ex-secretário na Procuradoria Geral da República (PGR) e na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF). O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também promete fazer uma notícia-crime sobre o caso ao MPF. As ações podem ser apresentadas mesmo com ele fora do cargo.