Brasília — Exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro do cargo de secretário-executivo da Casa Civil, José Vicente Santini foi nomeado como assessor especial de relacionamento externo da pasta, menos de 24h depois. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União dessa quarta-feira (30), mesmo dia em que foi publicada sua demissão. A nomeação ao novo cargo atende a um apelo dos filhos de Bolsonaro: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). Amigo de infância de Santini, Eduardo Bolsonaro pediu para que o funcionário fosse mantido em outro cargo dentro do governo.
Leia Mais
Uso de avião da FAB irrita Bolsonaro, que anuncia demissão de secretárioJuiz militar de Brasília torna réu sargento da FAB preso com cocaínaBolsonaro diz que FAB vai interceptar avião do Flamengo para saudar jogadoresGoverno estuda mudar regras para uso de aviões da FAB, diz Onyx LorenzoniReação das redes fez Bolsonaro anular recontratação de assessor da Casa CivilBolsonaro recua e manda demitir secretário da Casa Civil recontratadoSantini foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira após usar um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para uma viagem para a Índia. Bolsonaro considerou “inadmissível” o uso da aeronave em um voo para três servidores. “O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica. Eu mesmo já viajei no passado, não era presidente, para a Ásia toda de classe econômica”, lembrou Bolsonaro no Palácio do Alvorada.
Em nota, a Casa Civil informou que o presidente Bolsonaro conversou com Santini e decidiu que o ex-secretário-executivo “deve seguir colaborando com o governo”. Em Brasília, Santini estudou em colégio militar e conviveu com Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro por ser filho de general do Exército. No governo desde janeiro, Santini participava de churrascos e festas com a família do presidente e fazia questão de divulgá-las em suas redes sociais.
No sábado, o presidente deu uma bronca no funcionário ao descobrir que ele havia chegado à Índia em um voo da Força Aérea Brasileira enquanto outros ministros haviam usado voo comercial para se deslocar. Número dois na Casa Civil, ele chegou à Índia acompanhado da secretária especial de Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier e da diplomata Bertha Gadelha. Antes, Santini estava em Davos e Zurique, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial.