Jornal Estado de Minas

Casa Civil

Secretário demitido por usar avião da FAB já foi recontratado


Brasília — Exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro do cargo de secretário-executivo da Casa Civil, José Vicente Santini foi nomeado como assessor especial de relacionamento externo da pasta, menos de 24h depois. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União dessa quarta-feira (30), mesmo dia em que foi publicada sua demissão. A nomeação ao novo cargo atende a um apelo dos filhos de Bolsonaro: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). Amigo de infância de Santini, Eduardo Bolsonaro pediu para que o funcionário fosse mantido em outro cargo dentro do governo.


 
Santini se reuniu com Bolsonaro e, junto com interlocutores, convenceu o presidente de que ele poderia seguir no governo. Quem o nomeou foi Fernando Wandscheer de Moura Alves, que foi nomeado para o cargo de Santini, mas até ontem, estava justamente na posição que o ex-secretário passou a ocupar. Santini recebia um salário de R$ 17.327,65 mensais. A remuneração prevista para o novo cargo é de R$ 16.944,90, segundo o G1.
 
Santini foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira após usar um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para uma viagem para a Índia. Bolsonaro considerou “inadmissível” o uso da aeronave em um voo para três servidores. “O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica. Eu mesmo já viajei no passado, não era presidente, para a Ásia toda de classe econômica”, lembrou Bolsonaro no Palácio do Alvorada.
 
Em nota, a Casa Civil informou que o presidente Bolsonaro conversou com Santini e decidiu que o ex-secretário-executivo “deve seguir colaborando com o governo”. Em Brasília, Santini estudou em colégio militar e conviveu com Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro por ser filho de general do Exército. No governo desde janeiro, Santini participava de churrascos e festas com a família do presidente e fazia questão de divulgá-las em suas redes sociais.
 
No sábado, o presidente deu uma bronca no funcionário ao descobrir que ele havia chegado à Índia em um voo da Força Aérea Brasileira enquanto outros ministros haviam usado voo comercial para se deslocar. Número dois na Casa Civil, ele chegou à Índia acompanhado da secretária especial de Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier e da diplomata Bertha Gadelha. Antes, Santini estava em Davos e Zurique, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial.