O presidente Jair Bolsonaro ( sem partido), que tem agenda nesta quinta-feira (30) em Minas Gerais, onde está previsto sobrevoo em cidades mineiras atingidas pela chuvas, usou o twitter na manhã de hoje para tornar sem efeito a recontratação de José Vicente Santini, amigo de seu filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro ( (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ).
- Informo que em Diário Oficial será publicado:
%u2014 Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 30, 2020
- Tornar sem efeito a admissão do servidor Santini;
- Exonerar o interino da Casa Civil; e
- Passar a PPI da Casa Civil para o Ministério da Economia.
Santini foi exonerado pelo presidente do cargo de secretário-executivo da Casa Civil e renomeado como assessor especial de relacionamento externo da pasta, menos de 24h depois. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União dessa quarta-feira (30), mesmo dia em que foi publicada a demissão.
Santini foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira (28) após usar um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para uma viagem à Índia, onde o presidente cumpriu agenda oficial.
Bolsonaro disse, em coletiva à imprensa, na portaria do Palácio da Alvorada, assim que retornou da Índia, que considerou “inadmissível” o uso da aeronave em um voo para três servidores.
“O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica. Eu mesmo já viajei no passado, não era presidente, para a Ásia toda de classe econômica”, lembrou Bolsonaro.
Represália
Bolsonaro não explicou o motivo do recuo. Porém, sinalizou, no mesmo tuíte da manhã desta quinta-feira, que a responsabilidade por recontratar Santini foi de Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil.
Também via tuíte, Bolsonaro aponta uma 'represália' ao ministro Lorenzoni, que perde o PPI, o plano de concessões e privatizações, para o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.
O PPI já havia sido um prêmio de consolação para Onyx quando ele perdeu a articulação política do governo, que desde junho do ano passado passou para a Secretaria de Governo, comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos.
Até aqui, o poder de Lorenzoni, que assumiu a pasta em janeiro passado, juntamente com a posse do presidente, vem sendo desidratado, deixando de ser um ministro que goza da inteira confiança de Bolsonaro como outrora.