A menos de nove meses para a eleição municipal, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) lidera a intenção de votos, de acordo com pesquisa feita pelo Instituto Quaest, a pedido da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Kalil lidera em todos os cenários estimulados e na pesquisa espontânea é o nome mais lembrado pelos entrevistados. No entanto, a avaliação positiva sobre a atuação de Kalil foi a menor já registrada pelo instituto – em maio do ano passado, ele tinha aprovação de 54%, agora tem 48%. O levantamento foi feito dias antes das fortes chuvas que causaram 13 mortes na capital mineira, alagaram vários pontos da cidade e destruíram ruas e casas em todas as regiões.
No cenário espontâneo, em que não são apontados nomes como opções de candidatos para os entrevistados, apenas Kalil e o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) foram lembrados. O prefeito foi citado por 26% dos participantes enquanto o parlamentar foi citado por 2%. Todos os outros nomes lembrados pontuam com menos de 2% e mais da metade dos entrevistados (58%) não apontou nenhum nome como opção de voto para a eleição de 2020.
Já nos dois cenários estimulados, quando nomes de possíveis candidatos são apresentados aos participantes, Kalil está em primeiro lugar nas intenções de voto. No cenário com o deputado Mauro Tramonte, o atual prefeito tem 46% da preferência e o parlamentar tem 21%. Outros pré-candidatos, como João Vitor Xavier (Cid), Eros Biondini (Pros), Professor Wendel (SD), Mateus Simões (Novo), Luisa Barreto (PSDB) e André Janones (Avante) aprecem com 2% ou menos. Os deputados Patrus Ananias (PT), que não se colocou como pré-candidato, e Áurea Carolina (Psol), que afirmou não ter intenção de participar da eleição este ano, também aparecem com 2% no primeiro cenário.
No segundo cenário pesquisado, sem a presença de Tramonte, o prefeito Kalil amplia sua vantagem na intenção de votos. O ex-presidente do Galo aparece com 56%, seguido pelos deputados João Vitor Xavier e Áurea Carolina, com 3%. Outros nomes que ainda não confirmaram se participam da eleição, como Reginaldo Lopes (PT) e Gabriel Azevedo (Sem partido) tiveram 1% ou menos neste levantamento. Nos dois cenários pesquisados, mais de 20% dos entrevistados afirmam que não pretendem votar em nenhum dos nomes apresentados, que votaram em branco ou que ainda não escolheram o candidato.
“A situação equilibrada das contas municipais e a falta de um nome confirmado como adversário explicam porque Kalil sai na frente na intenção de votos deste ano. Apesar de faltar investimentos em obras, a atual gestão continua bem avaliada. Os efeitos da chuva, que geraram muitos questionamentos até então inéditos para o prefeito, porém, não aparecem neste levantamento e vamos poder analisar esse impacto nas próximas pesquisas”, avaliou Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL-BH.
Segundo o empresário, o alto número de eleitores indecisos no início do ano demonstra que a população ainda não voltou suas atenções para a disputa política deste ano. “A partir de agora as pessoas começam a conversar cada vez mais sobre o cenário eleitoral e sobre as opções de candidaturas em suas cidades. Os levantamentos que começamos a fazer desde o ano passado vai nos permitir acompanhar também esse comportamento e como a aumento do interesse vai influenciar na intenção de voto de cada candidato”, afirmou Marcelo de Souza.
Queda na avaliação dos governantes
A avaliação dos belo-horizontinos sobre os chefes do Executivo nas três esferas de governo piorou no início deste ano. Segundo o levantamento do Instituto Quaest, tanto o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), quanto o governador Romeu Zema (Novo) e o prefeito Alexandre Kalil (PSD) viram suas avaliações positivas caírem em comparação com o final do ano passado.
Em novembro, a administração de Bolsonaro era considerada positiva por 33% dos entrevistados e passou para 28%. A aprovação do presidente, no entanto, é maior do que a primeira pesquisa (feita após cinco meses de governo), quando 23% consideraram sua gestão positiva. O governador Romeu Zema também viu sua avaliação positiva cair do final do ano passado até agora, passando de 21% (em novembro) para 19% no mês passado. Em comparação com a primeira pesquisa, o governador viu sua avaliação positiva crescer três pontos percentuais.
Já o prefeito Kalil é o melhor avaliado entre os três governantes, com 48% dos entrevistados citando sua administração como positiva. No entanto, a aprovação do prefeito caiu dois pontos do final de 2019 até agora e seis pontos desde a primeira pesquisa (feita em maio), quando 54% aprovavam sua administração.
“Esse levantamento traz pontos positivos para Zema e Bolsonaro, que se beneficiam com a melhora dos indicadores de empregos e com a inflação controlada. Ano passado eram muitas expectativas logo para o primeiro ano de governo, talvez por isso as pessoas não conseguiam fazer uma avaliação mais precisa sobre as administrações estadual e federal.
Por outro lado, as pessoas agora já percebem que eles não conseguiram fazer tudo que era esperado de forma rápida, que é necessária uma habilidade na interlocução com o Poder Legislativo e tanto Zema quanto Bolsonaro tiveram essa dificuldade”, analisa o presidente da CDL-BH.
Os entrevistados consideram que os três mandatários têm boas intenções, mas não conseguem colocá-las em prática. Para 43% dos participantes o presidente Bolsonaro tem boas intenções, mas não consegue transformar seus planos em realidade; 23% responderam que ele não tem boas intenções e consegue colocar suas ideias em prática.
Questionados sobre o governador Zema, 50% consideram que ele tem boas intenções mas não consegue colocá-las em prática e 18% que ele não tem boas intenções, mas coloca suas ideias em prática.