O ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou, nesta sexta-feira (7/2), os servidores públicos a "parasitas" ao defender as reformas econômicas que alteram as regras do funcionalismo público. Ele alegou que, mesmo com a crise fiscal brasileira, os servidores continuam recebendo reajustes acima da inflação.
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Bolsonaro realiza minirreforma ministerial; é a 5ª troca em 13 mesesFrente parlamentar prioriza votação de novas regras para servidores públicos'Todo serviço público tem que ser tratado com respeito', diz MaiaGoverno envia esta semana reforma administrativa ao CongressoDeputados vão convocar Guedes para explicar ofensa a servidoresGuedes foi aplaudido e continuou dizendo que a população não aceita mais essa situação. Ele citou, então, uma pesquisa do Datafolha segundo a qual 88% dos brasileiros são a favor da demissão de servidores por baixo desempenho. "São a favor da demissão do funcionalismo público, da reforma administrativa. Estão na frente da gente", disse.
Comparação com os Estados Unidos
"Nos Estados Unidos, o cara fica quatro, cinco anos sem dar reajuste e, de repente, quando dá o reajuste, todo mundo fica 'oh, muito obrigado'. Aqui é obrigado a dar porque o dinheiro está carimbado e ainda leva ovo, não pode andar no avião", acrescentou o ministro, sugerindo que o dinheiro destinado no reajuste do funcionalismo poderia ser usado para resolver outros problemas orçamentários do Brasil, como o corte dos gastos com saúde e educação. "Tá faltando dinheiro nos municípios, mas o dinheiro está bloqueado", reclamou.
Guedes admitiu, por sua vez, que, como determinou o presidente Jair Bolsonaro, a proposta de reforma administrativa do governo não vai mexer nos direitos dos servidores atuais. O objetivo do texto, que será enviado ao Congresso na próxima semana, segundo Guedes, é desenhar um novo modelo de funcionalismo público que corrija essas distorções no futuro.
Os servidores atuais, contudo, poderão ser atingidos por outra reforma proposta pelo governo: a PEC da Emergência Fiscal, que determina a suspensão dos reajustes e das promoções do funcionalismo público em caso de emergência fiscal. Segundo o governo, a União e mais 14 estados poderão fazer uso desses gatilhos de contenção de gastos da PEC Emergencial.