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Estado de Minas

Antropólogo grava a própria prisão após invadir terras índigenas; veja vídeo

Vídeo gravado por Edward Luz viralizou na internet e abriu debate nas redes sociais


postado em 17/02/2020 17:02 / atualizado em 17/02/2020 20:18

(foto: Reprodução/Twitter)
(foto: Reprodução/Twitter)
O antropólogo, militante e apoiador do presidente Jair Bolsonaro Edward Luz foi detido no último domingo (16/02) ao tentar impedir a fiscalização do Ibama dentro da Terra Indígena Ituna-Itatá, na região de Altamira, Pará. O vídeo gravado pelo próprio militante viralizou na internet e abriu debate nas redes sociais. 



Os agentes do Ibama estavam em um procedimento de retirada do gado quando o antropólogo apareceu. Fazendo imagens com o próprio celular, Luz diz que estava no local “para fazer cumprir uma ordem ministerial do senhor ministro Ricardo Salles, com quem me encontrei na última terça-feira, dia 11 de fevereiro, na 4ª Câmara (Meio Ambiente) do Ministério Público Federal, onde ficou acordado que nenhum patrimônio de população em situação de fragilidade será destruído”.

No vídeo, que foi publicado nas redes sociais pelo próprio militante, o comandante da operação, Roberto Cabral, exige que Luz se retire do local sob pena de ser preso em flagrante por estar dentro de uma terra indígena. Depois de recusar, o homem foi algemado.

As imagens viralizaram na internet e abriram debate nas redes sociais. Apoiadores do governo alegam que o homem seria um “esquerdista transvestido” e que teria armado toda a situação. Já a oposição ressalta que a "atitude é compatível com os bolsonaristas". 

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o procurador Daniel Azeredo,  da 4ª Câmara desmentiu Luz: “O antropólogo está sem qualquer razão. A operação do Ibama se desenrola dentro da lei, e ele não pode interferir ou atrapalhar”, afirmou.
 
Luz, que disse prestar consultoria para produtores rurais da região, foi liberado no mesmo dia. Pelo Twitter, o antropólogo afirmou que não tentou impedir a atuação dos fiscais e alegou que a região de Ituna-Itatá “não é terra indígena”.
 
O Ibama mantém presença permanente na área há cerca de um mês. Localizada na área de influência da usina de Belo Monte, Ituna-Itatá é a terra indígena mais desmatada em janeiro, segundo monitoramento satelital da ONG Imazon, sediada em Belém.
  
A Ituna-Itatá teve recorde de desmatamento em 2019, baseado em dados desde 2008. Foi a maior área desmatada em quilômetros quadrados e o maior aumento percentual de 2018 a 2019 entre as demais terras monitoradas. 
 
A área no topo do ranking do desmate abriga um povo isolado. Ela teve 119,92 km² de floresta suprimidos, o que corresponde a 28,33% de todo o desmate nas áreas indígenas do país. 

Reunião no MP

Há cerca de um mês, o Ibama tem mantido a presença permanente da área, invadida por grileiros e posseiros, com apoio de políticos, principalmente o senador Zequinha Marinho (PSC-PA).

Marinho e Luz participaram de uma reunião na 4ª Câmara do MP para tratar do assunto na última terça-feira, com a participação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Azeredo foi um dos procuradores presentes.

Ao final da reunião, os dois gravaram um vídeo em que Marinho afirma que as operações do Ibama em Ituna-Itatá haviam sido suspensas por um mês, até 11 de marco. No vídeo, aparece também o prefeito de Senador José Porfírio, Dirceu Biancardi (PSDB).


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