O advogado da família do presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, acrescentou mais uma capítulo à novela que se arrasta pelo país em se tratando de crimes violentos. Nesta quarta-feira, em entrevista à Folha de S.Paulo, Wassef comparou o assassinato, na Bahia, do ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope /RJ) Adriano da Nóbrega, 43 anos, à morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, morta ao voltar para casa, no Rio de Janeiro, vítima de um tiro, que se investiga se partiu da polícia ou de um marginal em confronto com policiais.
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Justiça da Bahia proíbe cremação de capitão AdrianoFlávio Bolsonaro posta vídeo de suposta autópsia de capitão AdrianoAdriano: Bolsonaro diz ter tomado providências legais para perícia independente'Não vai pegar bem para mim', diz Bolsonaro sobre gesto de apoiador em fotoFHC chama de 'grosseria inaceitável' fala de Bolsonaro sobre morte de milicianoPara o advogado, chamar Adriano de miliciano não passa de " farsa para atingir a família do presidente''. Em entrevista recente a jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que há 15 anos ele próprio aconselhou o filho, o então deputado estadual e hoje senador pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, para que indicasse a condecoração legislativa a Adriano, que teve ainda a mulher e a mãe empregadas no gabinete do parlamentar.
"O que tem é um brasileiro, a quem chamaram de miliciano, de chefe do escritório do crime, de envolvido na morte de Marielle e de ser ligado à família Bolsonaro. Eu lhe afirmo e desafio a qualquer um no Brasil: todas as afirmações são falsas, mentirosas e levianas", disse o advogado em entrevista à Folha de S.Paulo.
Trajetória
Nos últimos 20 anos, a trajetória de Nóbrega se cruzou com a de Flávio Bolsonaro. Essas ligações vieram a público por causa de duas investigações: um suposto esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando assessores devolvem parte dos salários, e o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Federalização
O advogado defendeu a federalização das investigações em torno do caso Adriano, a cargo da polícia da Bahia, estado administrado pelo governador Rui Costa (PT), adversário político da família Bolsonaro, a quem o presidente acusou de manter '' fortíssimos laços” com bandidos e que a “PM da Bahia, do PT” era responsável pela morte deAdriano.
Para Wassef, as investigações em torno do caso vão comprovar que o policial foi torturado antes de, segundo ele, ser executado."Vindo da Bahia, é muito certo que ali está tudo orquestrado", disse o advogado da família Bolsonaro.