Jornal Estado de Minas

Audiência pública para debater o baixo nível da água na Represa de Furnas é aprovada no Senado

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado aprovou na terça-feira uma audiência pública para debater o reduzido volume de água na Represa de Furnas, em São José da Barra, Sudoeste de Minas Gerais. A audiência foi marcada para 5 de março. O requerimento é do senador Rodrigo Pacheco (DEM). Luiz Carlos Ciocchi, presidente da central elétrica, reconheceu que o nível do reservatório “está baixo”. Em dezembro, a usina estava com 12,23% de sua capacidade, registrando um baixo nível de água. Ontem, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o reservatório operava com 34,20% do seu volume, depois das fortes chuvas que passaram por Minas. Ainda assim, o nivel é o mais baixo entre as hidrelétricas do Rio Grande.





“O objetivo dessa audiência, respeitando todos os agentes que participarão, é buscar de maneira enfática uma solução para este problema que tem assolado o Sul e o Sudoeste de Minas. São inúmeras pessoas, de vários segmentos, que reivindicam a clareza em relação aos motivos do baixo nível da água e a solução definitiva para o caso”, destacou Pacheco.

Além dos dirigentes de Furnas, a audiência deve contar com a presença de diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Agência Nacional das Águas (Ana) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

“Temos que saber os reais motivos, o porquê disso acontecer. Se o problema é de uma obra em São Paulo, que faça a obra para resolver este problema. Se são outros problemas climáticos e ambientais, buscaremos soluções para isso. Se eventualmente é algum objetivo de ter mais lucro, em razão da produção de energia elétrica, que se freie isso para preservar outros valores da represa, como o turismo, a lavoura, a produção de peixes. Tudo isso é tão importante quanto a produção de energia elétrica”, afirmou Rodrigo Pacheco.





De acordo com o senador, a situação de Furnas está tão grave que deixou de ser uma preocupação para se tornar uma “exigência de soluções”. “Recebi o presidente de Furnas justamente para ter clareza a respeito dos motivos pelos quais o nível da água está tão baixo. A partir do momento que identificarmos os reais motivos, e não há mais margem para especulação, vamos atrás de soluções imediatamente”, enfatizou o líder do Democratas no Senado.

O reservatório de Furnas abastece mais de 500 mil pessoas e dezenas de municípios mineiros.


*Estagiária sob supervisão de Marcílio de Moraes

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