O presidente Jair Bolsonaro se manifestou nesta quarta-feira, 26, pelas redes sociais, após a divulgação de que disparou de seu celular pessoal, via aplicativo WhatsApp, vídeo convocando apoiadores a irem às ruas no dia 15 de março para defendê-lo. Sem citar o vídeo, Bolsonaro diz que "troca mensagens de cunho pessoal, de forma reservada". "Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", afirmou no texto. O presidente não nega ter feito os disparos, revelados pela colunista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo.
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Convocação de Bolsonaro pode configurar crime de responsabilidade, diz professorBolsonaro dispara vídeo convocando para ato contra o Congresso e o STFLula cobra posição 'urgente' do Congresso contra vídeo de BolsonaroA convocação feita por Bolsonaro para as manifestações contra o Congresso gerou reações no mundo político e nas redes sociais na terça-feira, 25. "Estamos com uma crise institucional de consequências gravíssimas", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Twitter.
O vídeo, em tom dramático, mostra a facada que o então candidato à Presidência sofreu em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018, para mostrar que Bolsonaro "quase morreu" para defender o País. Agora, segundo a narrativa, o presidente precisa que as pessoas vão às ruas para defendê-lo. Juntamente com o vídeo, Bolsonaro escreve: "- 15 de março/Gen Heleno/Cap Bolsonaro/O Brasil é nosso, não dos políticos de sempre".
O presidente já enviou pelo menos dois vídeos com imagens e sobreposição de fotos suas, convocando a população a sair às ruas no dia 15. Os vídeos têm trechos idênticos, como a frase que classifica Bolsonaro como um presidente "cristão, patriota, capaz, justo e incorruptível".
'Chantagem'
Na semana passada, o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), acusou o Congresso de "chantagear" o governo e acabou deflagrando uma crise. Flagrado durante transmissão oficial, Heleno afirmou que o governo não pode ficar "acuado" pelo Congresso e orientou o presidente a "convocar o povo às ruas". As declarações do general causaram repúdio entre os parlamentares.