Os únicos dois deputados que votaram para derrubar os vetos do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que entregaria o controle de fatia do orçamento nas mãos do Congresso defenderam a tese de retirar poder do governo na condução dos recursos. A deputada Bruna Furlan (PSDB-SP), por exemplo, afirmou que, quanto mais decorativo o chefe do Planalto for, melhor seria.
O Congresso Nacional manteve, nesta quarta-feira, 4, vetos aos dispositivos que entregariam aos congressistas o controle sobre a destinação dos recursos das emendas parlamentares. Os vetos foram mantidos com 398 votos na Câmara - apenas dois votaram pela derrubada: Bruna Furlan (PSDB-SP) e Rogério Correia (PT-MG).
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Com as novas regras propostas pelo Palácio do Planalto, o governo continuaria ditando o ritmo de liberação das emendas e poderia bloquear os recursos se faltar dinheiro em caixa. O relator-geral do Orçamento, por outro lado, seguiria definindo quem receberá e em que ordem de prioridade os recursos de suas emendas, que somarão R$ 17,5 bilhões neste ano.
"O governo Bolsonaro é ilusionista, quer fazer mágica, quer enganar o povo. E agora faz um veto para que ele possa, através da sua prioridade, que não são as prioridades sociais, fazer os remanejamentos dentro do Orçamento e quer jogar a culpa dos seus fracassos no Congresso", afirmou o deputado Rogério Correia.