Na decisão que desencadeou a Operação Titereiro na manhã desta quinta, 5, o juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio, registrou que há indícios de que o ex-secretário Nacional de Justiça do governo Temer, Astério Pereira dos Santos, tenha "auxiliado" o empresário Arthur Soares, o "Rei Arthur", a deixar o país e ir para os Estados Unidos quando "se fazia iminente o cumprimento de ordem de prisão preventiva em seu favor".
Depois de passar dois anos foragido, o empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, foi preso em outubro do ano passado em Miami. Ele foi alvo da operação Unfair Play, que investiga a compra de votos para a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Na decisão, Bretas relaciona o suposto auxílio a "Rei Arthur" à "forte influência na administração pública, inclusive em âmbito nacional" de Astério.
O magistrado registra que Astério é ex-procurador de Justiça do Rio e ocupou diversos cargos públicos, inclusive o de secretário de Administração Penitenciária do estado. Quando estava no cargo, nomeou Carlson Ruy Ferreira, seu suposto sócio, como diretor-geral de Administração e Finanças da Seap.
Segundo Bretas, durante o período em que Astério chefiou a Secretaria Nacional de Justiça, entre março e novembro de 2017, tramitou em departamento vinculado ao órgão um pedido de cooperação com os Estados Unidos relativo à prisão e à indisponibilidade de bens de Arthur Soares. "Bem provável que Astério, secretário à época, tenha repassado as informações sigilosas ao ainda foragido Rei Arthur, mormente pela já mencionada relação de amizade entre eles.
A relação a qual Bretas se refere está ligada ao depoimento de Vinicius Lips, ex-sub-secretário da Sead preso na Operação Pão Nosso.
"Que Arthur (Rei Arthur), Astério e Carlson Ruy eram muito amigos; Que no início de 2007, Arthur Menezes Soares levou todos os fornecedores de serviços para visitar unidades da SEAP", diz trecho da delação de Lips.
No despacho, Bretas reproduz ainda trecho da representação do Ministério Público sobre os indícios de auxílio de Astério na fuga do Rei Arthur.
A Procuradoria conta que o sócio do empresário, Ricardo Siqueira Rodrigues revelou, em delação premiada, que Arthur, "por meio de informações vazadas de autoridades brasileiras, tomou conhecimento de pedido de prisão feito contra ele e, em razão disso, teria retornando (para os Estados Unidos) no mesmo dia, ou no dia seguinte, para firmar acordo de colaboração premiada com as autoridades americanas".
A prisão de "Rei Arthur" foi decretada pelo juiz Marcelo Bretas em decisão com data de 04 de agosto de 2017. A Unflair Play foi deflagrada um mês depois, em cinco de setembro. Segundo o delator Ricardo Siqueira, Arthur Soares teria recebido ligação "de uma pessoa que o avisou sobre sua iminente prisão" em 25 de agosto.
"De acordo com o colaborador, o vazamento da informação teria sido 'por meio de pessoa que teve acesso a documentos que tenham sido trocados no Departamento de Recuperação de Ativos do Ministério da Justiça', possivelmente, Astério Pereira, diante de todas as relações entre ele e Arthur Soares", afirmou o Ministério Público.
COM A PALAVRA, ASTÉRIO
Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com o procurador aposentado, sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.
Depois de passar dois anos foragido, o empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, foi preso em outubro do ano passado em Miami. Ele foi alvo da operação Unfair Play, que investiga a compra de votos para a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Na decisão, Bretas relaciona o suposto auxílio a "Rei Arthur" à "forte influência na administração pública, inclusive em âmbito nacional" de Astério.
O magistrado registra que Astério é ex-procurador de Justiça do Rio e ocupou diversos cargos públicos, inclusive o de secretário de Administração Penitenciária do estado. Quando estava no cargo, nomeou Carlson Ruy Ferreira, seu suposto sócio, como diretor-geral de Administração e Finanças da Seap.
Segundo Bretas, durante o período em que Astério chefiou a Secretaria Nacional de Justiça, entre março e novembro de 2017, tramitou em departamento vinculado ao órgão um pedido de cooperação com os Estados Unidos relativo à prisão e à indisponibilidade de bens de Arthur Soares. "Bem provável que Astério, secretário à época, tenha repassado as informações sigilosas ao ainda foragido Rei Arthur, mormente pela já mencionada relação de amizade entre eles.
A relação a qual Bretas se refere está ligada ao depoimento de Vinicius Lips, ex-sub-secretário da Sead preso na Operação Pão Nosso.
"Que Arthur (Rei Arthur), Astério e Carlson Ruy eram muito amigos; Que no início de 2007, Arthur Menezes Soares levou todos os fornecedores de serviços para visitar unidades da SEAP", diz trecho da delação de Lips.
No despacho, Bretas reproduz ainda trecho da representação do Ministério Público sobre os indícios de auxílio de Astério na fuga do Rei Arthur.
A Procuradoria conta que o sócio do empresário, Ricardo Siqueira Rodrigues revelou, em delação premiada, que Arthur, "por meio de informações vazadas de autoridades brasileiras, tomou conhecimento de pedido de prisão feito contra ele e, em razão disso, teria retornando (para os Estados Unidos) no mesmo dia, ou no dia seguinte, para firmar acordo de colaboração premiada com as autoridades americanas".
A prisão de "Rei Arthur" foi decretada pelo juiz Marcelo Bretas em decisão com data de 04 de agosto de 2017. A Unflair Play foi deflagrada um mês depois, em cinco de setembro. Segundo o delator Ricardo Siqueira, Arthur Soares teria recebido ligação "de uma pessoa que o avisou sobre sua iminente prisão" em 25 de agosto.
"De acordo com o colaborador, o vazamento da informação teria sido 'por meio de pessoa que teve acesso a documentos que tenham sido trocados no Departamento de Recuperação de Ativos do Ministério da Justiça', possivelmente, Astério Pereira, diante de todas as relações entre ele e Arthur Soares", afirmou o Ministério Público.
COM A PALAVRA, ASTÉRIO
Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com o procurador aposentado, sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.