A Justiça do Rio de Janeiro determinou nesta terça-feira (10), que o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz sejam julgados por júri popular pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os dois respondem por homicídio triplamente qualificado.
O juiz Gustavo Kalil escreveu em documento: "O embate entre a tese ministerial (do Ministério Público) e as defensivas deve ser decidido pelo Tribunal Popular." Ele considerou que a dupla agiu por motivo torpe, armou uma emboscada e dificultou a defesa das vítimas.
Henrique Telles, advogado de defesa de Élcio de Queiroz, afirmou para o G1 que ele deve recorrer decisão. “Estamos analisando a sentença e vamos recorrer. A nossa contrariedade é com a pronúncia. Não há prova contra o meu cliente”, alega o advogado.
Entenda
Marielle e Anderson foram executados no Estácio, bairro do Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018. Acusados do crime, Ronnie e Elcio estão presos há cerca de um ano. A sentença mantém os dois em uma prisão de segurança máxima.
Ronnie Lessa foi apontado como autor dos disparos que matou as vítimas. Ele estaria no banco de trás do Cobalt, que perseguiu o carro que a vereadora estava. De acordo com a investigação, Élcio de Queiroz dirigia o carro usado para perseguir Marielle e Anderson. Até hoje, não se sabe quem mandou matar Marielle.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público tratam o caso como sigiloso.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STJ para que o caso deixe de ser apurado por autoridades estaduais do RJ. O julgamento está previsto para o fim do mês de março, dias após o crime completar dois anos.