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Estado de Minas VETO AO REAJUSTE

Presidente da Fiemg elogia Zema por vetar aumento de servidores: 'Decisão acertada e corajosa'

Flávio Roscoe se disse favorável ao veto total, mas considera que reajuste parcial para a segurança foi uma solução inteligente


12/03/2020 13:56 - atualizado 12/03/2020 14:10

Governador Romeu Zema (Novo) e Flávio Roscoe, presidente da Fiemg(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Governador Romeu Zema (Novo) e Flávio Roscoe, presidente da Fiemg (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
A decisão do governador Romeu Zema (Novo) de conceder aumento parcial de 13% aos trabalhadores da segurança pública – menor do que os 41,7% que estavam no projeto de lei – e vetar o reajuste às demais carreiras desagradou os servidores, mas recebeu elogios do setor empresarial. Nesta quinta-feira, em entrevista ao Estado de Minas, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, disse que a decisão de Zema foi “acertada” e “corajosa”. Segundo Roscoe, a Federação defendia o veto do reajuste a todos os servidores, mas o posicionamento de Zema foi inteligente do ponto de vista político.

O segmento industrial estava pedindo ao governador o veto integral. Mas achei inteligente a solução do veto parcial. Ele valoriza a segurança pública com o reajuste de 13%, que é um número que comporta dentro das finanças estaduais. Foi uma decisão acertada, sensata, de bom senso. Corajosa do ponto de vista político, que mostra a que o governador veio, para fazer o melhor para Minas Gerais. Tenho certeza de que a Assembleia vai cumprir o papel dela, vai analisar e fazer o que é melhor para Minas”, afirmou Flávio Roscoe.

O projeto de lei original, proposto pelo próprio Executivo, previa um aumento de 41,7% aos servidores da segurança pública, escalonado até 2022. A esse projeto, foi apresentada uma emenda, de autoria da deputada Beatriz Cerqueira (PT), que propunha reajustes a outras 12 categorias do funcionalismo. Zema, além de rechaçar o aumento aos demais servidores, recuou na ideia inicial e concedeu um reajuste apenas parcial – 13% – aos trabalhadores da segurança.

O veto de Zema ainda vai ser submetido ao crivo da Assembleia e pode ser derrubado pelos deputados. A possibilidade de queda do veto preocupa o presidente da Fiemg, que afirma que o estado não teria condições de bancar os reajustes.

“Existe o risco de derrubada do veto. Isso faz parte do instrumento democrático. Isso me preocupa, porque o Estado não tem condições de arcar. A derrubada do veto para as outras carreiras é uma coisa inócua, porque existe um vício de constitucionalidade no processo. A Assembleia não poderia ter incluído as outras carreiras no aumento. Para a segurança pública pode virar uma realidade de fato. Conforme a gente já colocou, o governo errou em ter proposto um reajuste dessa magnitude. Agora vem corrigindo o erro, com o veto parcial. Espero que a Assembleia também venha corrigir esse erro e mantenha o veto”, disse Flávio Roscoe.

Desejo de veto total

Flávio Roscoe reafirmou que o desejo da classe industrial era de que nenhum reajuste fosse concedido, alegando falta de recursos do estado para custear a reposição das perdas salariais. Segundo ele, as forças de segurança devem se contentar com a conquista parcial.

“O segmento da segurança pode ter recebido um aumento menor do que esperava, mas recebeu um aumento. No atual cenário, já é muito. E não é um aumento pequeno, de 13%. Com as outras categorias, o governo deve começar um diálogo. Com todos. Demonstrando as condições de momento. Lembrando que ele colocou em dia os salários, está reduzindo os atrasos. Na prática, não adianta ter aumento, se você não vai receber o dinheiro? Essa é a realidade”, disse.

Hora de diálogo

Uma das críticas de membros Assembleia Legislativa ao governo Zema é a falta de articulação política com a casa. A decisão do governador, inclusive, acarretou o pedido de demissão de seu secretário de Governo, Olavo Bilac Pinto – que havia se comprometido com lideranças da ALMG que Zema concederia o aumento de 41,7% à segurança pública – e a saída de Paulo Brant, vice-governador, do partido Novo.

O presidente da FIEMG defende que o diálogo entre os poderes deve ser priorizado, sobretudo neste momento de crise política. “Acho que o governo deve aproveitar essa crise para estreitar o relacionamento com a Assembleia e com os outros poderes do estado. Se for bem conduzido, é uma boa oportunidade de aumentar a interlocução. Toda crise é também uma oportunidade. É a oportunidade de melhorar esse relacionamento entre Assembleia e governo, e também com os outros poderes”, finalizou Flávio Roscoe.


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