Jornal Estado de Minas

COVID-19

Após contato com Bolsonaro, Trump diz estar despreocupado com suspeita de coronavírus

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse ontem que não está preocupado pelo fato de o presidente Bolsonaro estar sob monitoramento em relação ao coronavírus, depois que veio à tona um caso de contaminação na comitiva brasileira que esteve na Flórida para encontrar com o mandatário americano no fim de semana.  Infectado, o secretário da Comunicação, Fábio Wajngarten, esteve com Trump em Mar-a-Lago, resort onde Bolsonaro foi recebido para um jantar com o presidente americano.



“Jantamos juntos em Mar-a-Lago, na Flórida, com a delegação inteira. Não sei se o assessor de imprensa (Wajngarten) estava lá. Se estava, estava. Mas não fizemos nada fora do usual. Sentamos perto por algum tempo, tivemos uma ótima conversa. Ele (Bolsonaro) está fazendo um excelente trabalho no Brasil e vamos descobrir o que vai acontecer”, afirmou Trump ao receber a imprensa ao lado do premiê irlandês, Leo Varadkar, na Casa Branca. “Acredito que estejam sendo testados agora (ontem). Deixa eu colocar da seguinte maneira: não estou preocupado”, acrescentou. A Casa Branca disse que Trump e Pence não interagiram com Wajngarten, e não veem necessidade para que eles se submetam a testes nesse momento.

O Ministério das Relações Exteriores informou que o ministro Ernesto Araújo cancelou o restante de sua agenda em Washington e retornaria ontem a Brasília, “onde faria teste para o vírus e adotaria todos os procedimentos sanitários”. Araújo não retornou ao Brasil com a comitiva. Permaneceu nos EUA para uma série de reuniões. O Itamaraty não informou se esses compromissos serão remarcados.

A assessoria do Palácio do Planalto confirmou ontem a infecção de Wajngarten. “O secretário de Comunicação está cumprindo todas as recomendações médicas, em quarentena domiciliar, e só retornará ao seu trabalho quando não houver risco de transmissão da doença”, diz um trecho do documento. Com isso, afirma, o serviço médico da Presidência da República adotou e está adotando todas as medidas preventivas necessárias para preservar a saúde do presidente Jair Bolsonaro e de toda a comitiva presidencial que o acompanhou em recente viagem oficial aos Estados Unidos, bem como dos servidores do Palácio do Planalto.



O próprio presidente teria recomendado ontem a amigos que não o visitem até que saia o resultado do exame para COVID-19. “O presidente me ligou para me cumprimentar. Eu sugeri ir lá para dar um abraço nele, mas ele me recomendou não ir até o resultado do exame porque teme estar infectado”, afirmou o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF). Ainda segundo a assessoria palaciana, o governo brasileiro também já comunicou às autoridades do governo norte-americano a ocorrência do evento para que elas também adotem as medidas cautelares necessárias. Durante coletiva, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou que diante da confirmação de Wajngarten, haveria uma reunião para discutir medidas. “Há um plano de contingência para todas as pessoas. Esse plano não muda se é para o presidente, para um ministro ou qualquer cidadão”, apontou. (RS e IS)