Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Após elogiar Zema, Kalil muda o tom, diz que governo 'recuou' e promete 'medidas solitárias' contra o coronavírus

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), lamentou um ‘recuo’ do governo estadual na adoção de medidas para conter a disseminação do coronavírus em Minas Gerais. Na terça-feira, Kalil havia elogiado Romeu Zema (Novo) por ter lido que o governador estaria planejando fechar bares e shoppings da região metropolitana. Mas após o pronunciamento de Zema nesta quarta, sem o anúncio da medida de fechamento dos estabelecimentos, o prefeito mudou o tom.


“Como o Governo do Estado recuou nas providências que deveria tomar, anunciarei amanhã, 12h, novas medidas. O Governador me ligou. Já tínhamos combinado… Uma pena. Preocupado com votos e não com vidas. Amanhã, Belo Horizonte anuncia suas medidas solitárias” disse Alexandre Kalil pelo Twitter.

Romeu Zema fez uma live pelo Facebook nesta quarta-feira, anunciando as medidas do governo para combater o Covid-19. Dentre as medidas anunciadas, estão o cancelamento de cirurgias eletivas pelos médicos da rede estadual e o recebimento de R$40 milhões da União para a criação de leitos de CTI. Entretanto, a medida esperada por Kalil e, segundo ele, “combinada” com o governador, não foi anunciada, o que gerou a reação do prefeito.

Elogios no dia anterior



Nessa terça-feira, Kalil se pronunciou, também por meio do Facebook, anunciando as ações do Município para tentar frear o avanço do coronavírus. O prefeito comunicou que cancelamento das férias de profissionais da saúde, o fechamento de clubes de lazer e parques, a suspensão das aulas nas EMEIs, o cancelamento das feiras populares e o esvaziamento de prédios públicos do município.



Durante a transmissão, o Kalil elogiou Zema, pela intenção de fechar estabelecimentos comerciais, para evitar a aglomeração de pessoas e a transmissão do vírus.

“Li agora em um jornal o governador pretende fechar os bares e os shoppings da região metropolitana. Tenho aqui o dever moral de cumprimentá-lo. Que ele não arque com esse ônus sozinho, porque isso é demagogo. Estão tendo a compreensão do tamanho da epidemia que está chegando no nosso estado. Então, não posso aqui me furtar e jogar toda essa responsabilidade, que é um fardo pesado, nas costas de uma atitude corajosa e necessária, segundo o próprio grupo de infectologistas que eu reuni hoje de manhã”, disse o prefeito.