Jornal Estado de Minas

COVID-19

Para Maia, conflito entre governadores e governo federal não ajuda

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu diálogo entre o governo federal e os Estados. Para ele, o conflito entre os poderes não ajuda o País em um momento de crise. "Todos que hoje têm responsabilidade precisam compreender que, para superação da crise, precisam deixar o debate eleitoral para o momento adequado, principalmente o de 2022. Não podemos deixar que nossas diferenças políticas nos contaminem, porque não vai nos levar a lugar nenhum", disse.


Maia afirmou que cabe ao governo oferecer as condições de superação do momento, para que não haja, sobretudo, uma queda muito grande dos empregos. "Acho que em conjunto a gente possa encontrar as soluções e o setor privado possa sobreviver a essa crise. Agora não tenho dúvida da necessidade de diálogo permanente e que o governo federal tem o papel de protagonista na intervenção, junto com setor privado, para que a gente possa garantir os empregos no Brasil", disse.

Maia defendeu a aprovação do chamado Plano Mansueto e disse que há possibilidade de dar aval à matéria rapidamente.

Bolsonaro x governadores

A relação entre Jair Bolsonaro (sem partido) e governadores voltou a se desgastar no domingo, 22, quando o presidente afirmou que os governadores, sem nomear quais, são "exterminadores" de empregos e estão de olho em sua cadeira no Executivo. "Não podemos extrapolar na dose. Com o desemprego, a catástrofe será maior", afirmou, em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record TV. "Os governadores são verdadeiros exterminadores de empregos. Essa é uma crise muito pior do que a causada pelo coronavírus no Brasil."

Ao longo da semana passada, Bolsonaro já havia criticado governadores que tomaram medidas para restringir a circulação de pessoas. No sábado, em entrevista à CNN Brasil, o presidente chamou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de "lunático" e o acusou de fazer política em cima da crise do coronavírus.

Já nesta segunda-feira, 23, o presidente baixou o tom e decidiu chamar os governadores para uma videoconferência com o objetivo de discutir medidas de combate à pandemia.