O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), se uniu a outros políticos e autoridades e criticou o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da noite dessa terça-feira (24), que o chefe do Executivo nacional seguiu defendendo na manhã desta quarta-feira (25).
Em vídeo postado nas redes sociais nesta quarta, para anunciar medidas da prefeitura no combate ao coronavírus, Kalil questionou: “Qual o médico, cientista ou especialista que o orientou para que fizesse o pronunciamento? Aquilo é uma desconstrução do que nós, humildes prefeitos e governadores, estamos tentando fazer”.
Kalil afirmou que é importante saber o nome de quem orientou o presidente porque ele teria sido eleito com o discurso de formar uma equipe com critérios técnicos. Provavelmente se referindo ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Kalil afirmou: "na primeira vez que apareceu um homem técnico dando instruções técnicas, ele foi desmoralizado pelo presidente da República". O prefeito ainda disse que a COVID-19 não é uma “gripezinha” e citou os altos números de mortos na Itália e na Espanha como argumento.
No vídeo, Kalil defendeu o isolamento social como medida de contenção ao coronavírus. “Fique em casa. Proteja essa gente brava que está na rua. A economia vai se resolver, como sempre se resolveu. Porque se não, além de muitas mortes, não vamos ter dinheiro nem para enterrar os mortos”, afirmou o prefeito de BH.
No pronunciamento em cadeia aberta de rádio e TV dessa terça, Bolsonaro criticou as medidas de isolamento social adotadas por prefeitos e governadores para conter a COVID-19, com o argumento de que as decisões prejudicam a economia, enquanto os que não estão no grupo de risco deixam de trabalhar.
O entendimento do presidente vai contra o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o próprio Ministério da Saúde recomendam para frear a epidemia: o isolamento da maior parte da população. Alexandre Kalil defendeu esses órgãos, por “copiar” o que o mundo fez para deter a doença.
O prefeito de BH ainda afirmou que, depois da fala de Bolsonaro, os governadores precisarão assumir a responsabilidade sobre os estados. “Do governo federal precisamos de programas, de dinheiro, ajuda para esse povo mais pobre que está sofrendo na cidade, no estado e no país. Não precisamos do que foi feito ontem (terça) à noite”, disse.
*Estagiário sob a supervisão do subeditor Eduardo Murta
O que é o coronavírus?
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.