Jornal Estado de Minas

Mandetta descarta deixar Ministério da Saúde e minimiza contradição de Bolsonaro

 

O ministro da saúde Henrique Mandetta se manifestou nesta quarta-feira (25) pela primeira vez após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro em rede nacional e disse que sua equipe vai “trabalhar com critério técnico”. A fala aconteceu depois que o chefe do Executivo federal criticou o que chamou de “histeria” do país em relação à pandemia do novo coronavírus.



 

Mandetta também descartou pedir demissão do cargo que ocupa, mesmo depois de Bolsonaro criticar medidas adotadas por todo o mundo, inclusive o Ministério da Saúde, no combate à COVID-19.

 

"Eu vou deixar muito claro: eu saio daqui na hora que acharem que eu não devo trabalhar, que o presidente achar, porque foi ele que me nomeou. Ou se eu tiver doente, o que é possível, eu ter uma doença, ou no momento que eu achar que esse período todo de turbulência já tenha passado e que eu possa não ser mais útil”, disse Henrique Mandetta.

 

“Nesse momento de crise agora, eu vou trabalhar ao máximo. Equipe está todinha focada. Nós vamos trabalhar com critério técnico", completou o ministro.



 

Nesta quarta-feira, ao deixar o Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro voltou a criticar a quarentena de toda população solicitada pelas autoridades de saúde.

 

O presidente defendeu o que chamou de isolamento vertical: apenas idosos e doentes crônicos precisariam se manter em casa. A orientação, contudo, vai na contramão do adotado em todo o mundo, já que outras pessoas podem levar a virose até o grupo mais vulnerável à doença.

 

"Conversei por alto com o Mandetta ontem (terça). Hoje, vamos definir essa situação. Tem que ser, não tem outra alternativa", disse o presidente. "A orientação vai ser vertical daqui para frente. Eu vou conversar com ele e tomar a decisão. Não escreva que já decidi, não. Vou conversar com o Mandetta sobre essa orientação.", completou.

 

O Ministério da Saúde ainda disse que o isolamento vertical será implementado se o corpo técnico do órgão "achar que esse é o melhor caminho". No entanto, a pasta não confirmou o mudança de orientação e diz estar estudando todas as possibilidades. 


 

Com informações de Estadão Conteúdo