A pandemia do novo coronavírus já impacta e ainda vai forçar as autoridades a buscar soluções para questões econômicas e sociais. Em Minas Gerais, estado com 153 casos confirmados e outros 17.409 em investigação, não é diferente. Prefeitos e governador têm reuniões diárias para tratar da COVID-19, que já matou 77 pessoas no Brasil.
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"Precisamos dar dinheiro a essas pessoas", diz relator de propostaMourão admite que ficou constrangido com discussão entre Bolsonaro e Doria e explica gesto de reprovaçãoBolsonaro diz que brasileiro 'pula em esgoto e não acontece nada'Reunião entre governo e ALMG vai definir novas ações de combate ao coronavírus no estadoTire suas dúvidas sobre o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informaisNa última segunda-feira, após pronunciamento de Bolsonaro, o presidente da AMM criticou a postura do presidente: “Quando o mar está revolto, o que se espera é o comandante no leme. E isso não está acontecendo. Vimos perplexos um pronunciamento do presidente da República incoerente, destoante da realidade, orientando o povo, em horário nobre, a fazer o contrário do que a OMS recomenda, do que os países de Primeiro Mundo fazem, do que o próprio Ministério da Saúde está orientando. Não podemos deixar o povo morrer”. O prefeito de Moema também comentou a possibilidade de as eleições municipais deste ano serem adiadas devido à pandemia. Leia, abaixo, a entrevista com Julvan Lacerda
Qual está sendo a orientação da AMM aos municípios em meio à pandemia do novo coronavírus?
A orientação da associação é de que os municípios sigam as orientações da autoridade máxima sanitária do país, que é o Ministério da Saúde, e em consonância com o decreto estadual, devido ao estado de calamidade pública federal decretado. E, é claro, resguardando as condicionalidades locais, cada um tem as suas peculiaridades locais, mas sempre respeitando o que está estabelecido pela autoridade máxima sanitária do país.
O fechamento de limites municipais está sendo discutido com vocês? Qual a posição da AMM sobre isso?
A questão do fechamento de limites municipais acontece em casos isolados e de acordo com a peculiaridade local. A AMM orienta que é preciso fazer primeiro uma barreira de contenção sanitária apenas, e evitar que seja feito barreira de fluxo. Isso é para manter o abastecimento e os serviços prestados, para os prefeitos terem prudência e cautela com isso.
A questão financeira muito preocupa alguns agentes políticos. A AMM pensa em alguma ação para tentar minimizar esse impacto? O governador diz que aborda o tema em reuniões com o governo federal.
Sobre essa questão financeira, somente quem pode nos socorrer é o governo federal. Porque é ele que está sentado em cima do cofre, que é o dono do dinheiro, que pode emitir título de dívida pública e socorrer tanto o setor público quanto o setor privado. E nós esperamos que isso aconteça.
O ministro da Saúde chegou em falar do adiamento das eleições deste ano. Como a associação vê esse cenário? Possível?
Seria uma irresponsabilidade gastar alguns bilhões de reais para organizar uma eleição no meio de uma pandemia, onde o sistema de saúde entra em colapso por falta de recursos financeiros.