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Estado de Minas POLÍTICA

Bolsonaro pede desculpas por fake news sobre desabastecimento de Ceasa de Minas: 'Não houve checagem'

Presidente havia publicado vídeo sobre eventual falta de alimentos na Ceasa


postado em 01/04/2020 19:50 / atualizado em 01/04/2020 20:43

Presidente Bolsonaro pediu desculpas por equívoco em postagem nas redes sociais(foto: Reprodução/Band)
Presidente Bolsonaro pediu desculpas por equívoco em postagem nas redes sociais (foto: Reprodução/Band)
O presidente Jair Bolsonaro pediu desculpas por ter postado um vídeo de fake news na manhã desta quarta-feira (1º de abril) sobre um eventual desabastecimento na Central de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas), em Contagem, na Região Metropolitana Belo Horizonte. Em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, ele admitiu que “não houve a devida checagem do evento”.


Bolsonaro, entretanto, alegou que foi registrada queda na quantidade de alimentos nos centros de distribuição em vários estados. “Agora, tivemos contato com o Ceasa, o Ceagesp, em São Paulo, e tem caído realmente o fluxo de entrada de alimentos”.

A ministra da Agricultura Tereza Cristina contrariou a posição do presidente ao afirmar, em entrevista coletiva ao lado de responsáveis por outras pastas, que o fornecimento de alimentos no Brasil está normal.

“Hoje nós temos no Brasil o abastecimento em todas as capitais. Não temos notícia de que esteja faltando alimentos em prateleiras”.

De manhã, a reportagem do Estado de Minas registrou imagens do estabelecimento, que tinha comercialização intensa de produtos. Presidente da Associação Comercial da Ceasa, Noé Xavier da Silva desmentiu o vídeo compartilhado por Bolsonaro.

“Ontem, 31 de março, enquanto a CeasaMinas realizava a limpeza do mercado livre do produtor, circulou um vídeo na internet indicando desabastecimento em nosso entreposto. Esse fato não é verdade. O mercado segue firme para garantir a alimentação de mais de 400 municípios em Minas Gerais”

Os produtores ouvidos pelo Estado de Minas garantiram que o abastecimento está normal. "O próprio comprador está com um pouquinho de receio. Está faltando mais comprador do que mercadoria", afirmou Cléber Augusto, que traz três vezes por semana mercadoria de Barbacena.

Fake news


Após o discurso em rede nacional, na noite de terça-feira (31/3), em que adotou um tom mais ameno, Bolsonaro voltou a atacar as medidas de isolamento e restrição contra o coronavírus adotadas pelos governadores.

Na tentativa de reforçar sua posição, o presidente compartilhou nas redes sociais um vídeo de um homem afirmando que há desabastecimento na Ceasa

"Para você que falou, depois do discurso do presidente, que economia não tinha importância, que importante eram vidas, dá uma olhada nisso aí. Pois, fome, desespero, caos também matam. A culpa disso aqui é dos governadores porque o presidente da República está brigando incessantemente para que haja uma paralisação responsável. Não paralisar todos os setores, quem não é do grupo de risco voltar a trabalhar, ok?". De acordo com o rapaz que realizou o vídeo, governadores estão "querendo ganhar nome e projeção política às custa do sofrimento da população".

Na legenda, Bolsonaro escreveu que "depois da destruição não interessa apontar culpados".

"Não é um desentendimento entre o presidente e ALGUNS governadores e ALGUNS prefeitos. São fatos e realidades que devem ser mostradas. Depois da destruição não interessa mostrar culpados”.

No entanto, a assessoria de comunicação da Ceasa garantiu que não há falta de produtos no local. Medidas de higienização também foram adotadas para evitar a disseminação do coronavírus. Depois de três horas, Bolsonaro apagou o post das redes sociais.

* Com informações de Márcia Maria Cruz


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