O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aproveitou a videoconferência que realizou na manhã desta quinta-feira, promovida pelo Santander, para criticar a postura do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes. "O presidente do Banco do Brasil tem de tratar de liquidez e não sobre isolamento vertical", disse Maia nesta quinta-feira em "live".
Mais cedo, o presidente do BB encaminhou, via WhatsApp, a seguinte mensagem: "Caiam na real", acompanhada do vídeo postado pelo presidente Jair Bolsonaro com o apelo de uma apoiadora pela reabertura do comércio no País, em meio à pandemia da covid-19. Indagado sobre a postagem, disse que governadores e prefeitos deveriam "cair na real", pois "impedem a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca", e destacou que "esmolas atenuam o problema, mas não o resolvem". "E pessoas querem viver de seu esforço próprio", concluiu.
Antes de cobrar que o Banco do Brasil atue na questão de liquidez e não na defesa da linha defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, de flexibilização da quarentena, Maia falou sobre o Banco Central e sobre a Caixa. A respeito do BC, disse que é importante a autoridade monetária atuar na maior transparência neste momento de crise aguda provocada pelo coronavírus. "Neste momento espero que ele atue ajudando empresas, microcrédito e com a responsabilidade que seu corpo técnico sempre teve".
"Roberto Campos (presidente do BC) é experiente, tem bom diálogo, mas não pode entrar no mercado para quem especulou, óbvio que ele não vai entrar nisso, mas o BC precisa garantir liquidez que o sistema financeiro não tem conseguido para quem precisa do apoio para funcionar e prestar seus serviços", afirmou Maia.
Ao falar da Caixa, disse que a instituição está na linha correta, mas faltam ainda mais ações. "Ela tem tido alguma agilidade e trabalhado para garantir crédito para as Santas Casas."
Na videoconferência, o presidente da Câmara dos Deputados disse que liberar coisas a conta-gotas (falando do governo federal) causa muita confusão, cobrando novamente uma ação coordenada de todos os entes federativos. "Nossa preocupação (Parlamento) deve ser blindar nossa pauta para focar no que tem relação com a crise, no que é provisório e no que é preciso para ter os melhores resultados, isso é o que temos de ter em mente."
Maia citou e elogiou o poder moderador do presidente do STF, Dias Toffoli, e num recado ao mandatário do País, disse que este momento de crise aguda não é de "tensionamento nas relações, mas de moderação e trabalho conjunto".
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