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Estado de Minas POLÍTICA

'Estamos nos bicando e, em algum momento, ele extrapolou', diz Bolsonaro sobre ministro Mandetta

Presidente da República disse que futuro do ministro da Saúde dependerá de bom desempenho no combate ao coronavírus


postado em 02/04/2020 19:45 / atualizado em 02/04/2020 21:26

Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente da República, Jair Bolsonaro(foto: Isac Nóbrega/PR)
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente da República, Jair Bolsonaro (foto: Isac Nóbrega/PR)
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alertou explicitamente o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre as notórias divergências de ideias no combate à pandemia de coronavírus.

Diferentemente do presidente, Mandetta tem destacado a importância de se manter o isolamento em todo o país para evitar a contaminação em massa da população.

Bolsonaro adiantou que não pretende demitir o ministro em meio à pandemia da COVID-19. Mais à frente, o presidente disse que a permanência de Mandetta no cargo depende de bons resultados no combate ao coronavírus.

 

"O Mandetta já sabe que a gente está se bicando há algum tempo. Eu não pretendo demiti-lo no meio da guerra. Agora, em algum momento ele extrapolou. Ele sabe que tem uma hierarquia entre nós. Sempre respeitei todos os ministros. O Mandetta também, porque ele montou um ministério de acordo com sua vontade. A gente espera que ele dê conta do recado agora. Tenho falado com ele. Não é uma ameaça. Se ele se sair bem, sem problema. Agora, nenhum ministro meu é indemissível. Nenhum", disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Jovem Pan nesta quinta-feira.

Bolsonaro chegou a falar que falta humildade a Mandetta.”Em alguns momentos, acho que o Mandetta teria que ouvir mais o presidente. Ele disse que tem responsabilidade, mas ele cuida da saúde, o Paulo Guedes da economia e eu entro no meio. O Mandetta quer fazer valer muito a vontade dele. Pode ser que esteja certo, mas está faltando humildade para ele conduzir o Brasil neste momento”.

Tendência de flexibilizar isolamento

 

Bolsonaro revelou que só não tomou uma medida extrema de bater de frente com Mandetta porque poderá receber a culpa por eventual descontrole do coronavírus no país. Segundo ele, seus inimigos políticos estão à espera de um “tropeção” para queimarem sua imagem com a população.

 

O presidente disse que aguarda um respaldo maior da população para flexibilizar o isolamento sugerido por Mandetta.

 

“Você sabe que um presidente pode muito, mas não pode tudo. Nós temos ali gente poderosa em Brasília que espera um tropeção meu, tá? Estou esperando é o povo pedir mais, porque o que tenho de base de apoio são alguns parlamentares, tudo bem, não é a maioria, mas eu tenho o povo do nosso lado. Eu só posso tomar certas decisões, o povo estando comigo”.

 

“O que alguns governadores mais querem é que eu tome decisão para trazer o problema para o meu colo. E, dali pra frente, qualquer morte que acontecer, começar a me culpar. Essa é a (minha) preocupação no momento”, acrescentou.

 

A intenção de Bolsonaro é começar a “relaxar” as medidas de isolamento na próxima semana. “Na semana que vem, se não começar a volta gradativa do emprego, vou ter que tomar uma decisão. E daí, seja...não o que Deus quiser, sempre acreditei em Deus..., mas seja aquilo que o povo brasileiro quiser”, decretou.

 

“O que seria mais prudente é abrirmos, de forma paulatina, o comércio a partir da próxima segunda-feira agora. O Brasil não vai aguentar mais isso daí. Se eles (inimigos políticos) estão pensando em sufocar a economia para desgastar o governo, a população já sabe que quem é que está fazendo a coisa de forma errada. Então, é bom senso, é calma, é tranquilidade, é pensar no povo”, disse.


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