Enquanto o ministro Luiz Henrique Mandetta se reunia com o presidente da República, Jair Bolsonaro, e os demais membros do primeiro escalão do governo federal, no Palácio do Planalto, dezenas de servidores e membros da equipe técnica da Saúde aguardavam, na tarde desta segunda-feira (6/4), em frente ao edifício sede da pasta, um posicionamento oficial sobre uma eventual demissão do médico.
Apesar de a substituição de Mandetta ser ventilada desde que o ministro e Bolsonaro passaram a discordar publicamente sobre a melhor forma de enfrentar a pandemia de Covid-19, a possibilidade ganhou forças nos últimos dias e nesta segunda-feira, após o presidente se reunir com Osmar Terra, médico e ex-ministro da Cidadania.
"O sentimento é de quebra de um trabalho que estava sendo muito bem-feito. Não dá para acreditar que, justo neste momento decisivo de ações, haverá uma troca de líder", disse um técnico que aguardava um notícia em frente ao ministério e que não quis se identificar.
Para evitar desgastes, a orientação interna do Ministério da Saúde, até então, era de deixar embates pessoais de lado e se concentrar no trabalho técnico. Para quem atua na linha de frente com Mandetta, a postura dele conseguiu unificar a equipe e, por isso, os funcionários temem dificuldade de seguir o ritmo sem uma liderança forte e alinhada com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).