Depois de um dia turbulento, com especulações sobre seu futuro na condição de ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta declarou que continua no cargo. A despeito das críticas que recebeu do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelas estratégias adotadas no combate à COVID-19, ele deu um pronunciamento nesta segunda-feira à noite, em Brasília, e repetiu a frase usada na sexta-feira, dia 3: “Médico não abandona paciente. Eu não vou abandonar”.
O Estado de Minas destaca, a seguir, as principais frases do pronunciamento no qual Luiz Henrique Mandetta confirmou sua continuidade no Ministério:
"Nesse um ano e quatro meses, esse Ministério da Saúde se organizou enquanto equipe de trabalho técnica. Tudo que foi feito até o momento e também durante esse episódio coronavírus, ele é um trabalho do qual sou apenas porta-voz. Ele é fruto de históricos do SUS, do Ministério da Saúde, da melhor equipe técnica com a qual eu poderia sonhar e ter o prazer de trabalhar.
Aqui nesse ministério, de quem trabalha na portaria, na zeladoria, de quem trabalha em cada um desses andares, só tenho que agradecer a performance e o comprometimento que tiveram nesses um ano e quatro meses.
O trabalho que fazemos é trabalho técnico. A única coisa que eu faço é ser porta-voz do trabalho técnico de vocês. De vez em quando, não é muito comum, dou apenas alguns pequenos palpites. Alguns pequenos palpites.
E é muito difícil, no momento em que estão todos com os nervos à flor da pele, pelos mais diferentes motivos, em que as reações são todas muito extremadas, é muito difícil trabalhar nesse sistema em que a gente não sabe ao certo como vai ser o próximo dia, a próxima semana. A gente não sabe se o comportamento da doença nos trópicos, no nosso meio, vai se comportar como se comporta em outros países.
Nos cobram respostas, cenários, para perguntas que nós nos fazemos diariamente. Nós não temos pretensão de sermos os donos da verdade aqui dentro, somos os donos das dúvidas e procuramos as respostas nos consensos às vezes muito complexos para as posições que temos que fazer. Sabemos da nossa responsabilidade, aqui não tem ninguém aqui que não tenha uma longa rodagem no sistema de saúde.
Nós somos o espelho daqueles que estão lá nas unidades de saúde, desde a unidade básica de saúde no nosso menor município, a todos os hospitais brasileiros, tanto públicos quanto privados. Procuramos ser a voz da ciência. Nós procuramos as sociedades de especialidades, o Conselho Federal de Medicina, para adotar protocolos, adotar drogas, estratégias. Nós abrimos o Ministério da Saúde para todos os outros ministérios, da Economia, da Integração Nacional, Controladoria Geral da União. Trabalhamos o tempo todo com transparência nos números, nas discussões e nas tomadas de decisões.
Hoje foi um dia que rendeu muito pouco o trabalho aqui, ficou todo mundo aqui com cabeça avoada, se eu iria permanecer, se eu iria sair. Agradeço muito os gestos de solidariedade, gente aqui dentro limpando gaveta, limpando as coisas, até as minhas gavetas vocês ajudaram a fazer as limpezas das minhas gavetas. Nós vamos continuar, porque continuando a gente vai enfrentar o nosso inimigo, o nosso inimigo tem nome e sobrenome, é o COVID-19.
Nós temos uma sociedade para tentar lutar, para tentar proteger. Médico não abandona paciente. Eu não vou abandonar. Agora, as condições de trabalho para os médicos precisam ser, para todos, eu vou tentar trazer as melhores condições para vocês na ponta. É a única coisa que está pedindo é o melhor ambiente para trabalhar aqui dentro do Ministério da Saúde.
Aqui nesse ministério, de quem trabalha na portaria, na zeladoria, de quem trabalha em cada um desses andares, só tenho que agradecer a performance e o comprometimento que tiveram nesses um ano e quatro meses.
O trabalho que fazemos é trabalho técnico. A única coisa que eu faço é ser porta-voz do trabalho técnico de vocês. De vez em quando, não é muito comum, dou apenas alguns pequenos palpites. Alguns pequenos palpites.
E é muito difícil, no momento em que estão todos com os nervos à flor da pele, pelos mais diferentes motivos, em que as reações são todas muito extremadas, é muito difícil trabalhar nesse sistema em que a gente não sabe ao certo como vai ser o próximo dia, a próxima semana. A gente não sabe se o comportamento da doença nos trópicos, no nosso meio, vai se comportar como se comporta em outros países.
Nos cobram respostas, cenários, para perguntas que nós nos fazemos diariamente. Nós não temos pretensão de sermos os donos da verdade aqui dentro, somos os donos das dúvidas e procuramos as respostas nos consensos às vezes muito complexos para as posições que temos que fazer. Sabemos da nossa responsabilidade, aqui não tem ninguém aqui que não tenha uma longa rodagem no sistema de saúde.
Nós somos o espelho daqueles que estão lá nas unidades de saúde, desde a unidade básica de saúde no nosso menor município, a todos os hospitais brasileiros, tanto públicos quanto privados. Procuramos ser a voz da ciência. Nós procuramos as sociedades de especialidades, o Conselho Federal de Medicina, para adotar protocolos, adotar drogas, estratégias. Nós abrimos o Ministério da Saúde para todos os outros ministérios, da Economia, da Integração Nacional, Controladoria Geral da União. Trabalhamos o tempo todo com transparência nos números, nas discussões e nas tomadas de decisões.
Críticas e cutucadas de Bolsonaro
Não temos nenhum receio da crítica, a crítica construtiva ela enobrece e nos faz rever e dar passos à frente. Gostamos da crítica construtiva. O que nós temos dificuldade é, quando, em determinadas situações, por determinadas impressões, as críticas não vêm no sentido de construir, mas que vem para trazer dificuldade no ambiente trabalho. E isso eu não preciso traduzir, isso tem sido uma constante. O Ministério da Saúde adotar uma determinada linha, adotar uma determinada situação, e temos muitas vezes que voltar, fazer determinados contrapontos, para podermos reorganizar a equipe, que fica numa sensação de angústia.Hoje foi um dia que rendeu muito pouco o trabalho aqui, ficou todo mundo aqui com cabeça avoada, se eu iria permanecer, se eu iria sair. Agradeço muito os gestos de solidariedade, gente aqui dentro limpando gaveta, limpando as coisas, até as minhas gavetas vocês ajudaram a fazer as limpezas das minhas gavetas. Nós vamos continuar, porque continuando a gente vai enfrentar o nosso inimigo, o nosso inimigo tem nome e sobrenome, é o COVID-19.
Nós temos uma sociedade para tentar lutar, para tentar proteger. Médico não abandona paciente. Eu não vou abandonar. Agora, as condições de trabalho para os médicos precisam ser, para todos, eu vou tentar trazer as melhores condições para vocês na ponta. É a única coisa que está pedindo é o melhor ambiente para trabalhar aqui dentro do Ministério da Saúde.
Reunião dos ministros com o presidente Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira
Foi uma reunião produtiva, uma reunião muito boa, acho que governo de posiciona no sentido de ter mais união, ter mais foco, de ter todos unidos em direção a esse problema. Espero que a equipe do Ministério da Saúde, que já descansou muito hoje, achei que ficaram muito sem trabalhar. Agora, vamos terminar a coletiva, voltar para o quinto andar, vamos retomar o serviços que temos que retomar.
Isolamento
Temos condicionantes. Enquanto não tivermos regularização de estoque, de EPI, de previsibilidade de colocação de ventiladores, respiradores, enquanto não tivermos as condições de mudar as recomendações, nós reforçamos que devem ser seguidas as recomendações dos governadores de estado.
Apelo à sociedade
A sociedade precisa entender que a movimentação social é tudo que esse vírus, que o nosso inimigo, quer. Essa movimentação vai levar esse vírus para as camadas mais frágeis da nossa sociedade, as camadas mais numerosas, para os moradores de rua, para as comunidades, favelas, para as grandes concentrações urbanas. Vida é vida, não tem nenhuma pessoa que chegue que não será atendida pelos serviços médicos. Nós não estamos preparados para uma escalada de casos nas nossas grandes metrópoles.
Paz para conduzir
Começamos com mais um solavanco a semana de trabalho. esperamos que a gente possa ter paz para poder conduzir.
Só espero que a gente possa, aqui, com essa equipe, nós vamos atravessar, trabalhar, todo mundo tem noção de Brasil muito forte. A saúde, a ciência ainda vai achar uma saída mais elegante para esse problema. Por enquanto, o que temos é uma saída primitiva de procurar isolamento em frente a uma doença contagiosa."