O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), criticou, na tarde desta terça-feira (7), a forma adotada pelo governo federal para distribuir o auxílio emergencial no valor de R$ 600 para autônomos e trabalhadores informais. De acordo com o parlamentar, concentrar a distribuição apenas na Caixa Econômica Federal é uma contradição ao lema defendido pelo Palácio do Planalto de 'menos Brasília e mais Brasil'.
“Hoje, o ministro Onyx (Lorenzoni, Cidadania) deu uma declaração para que a população procure apenas as casas lotéricas, excluindo os municípios e CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). A estrutura do Cadastro Único foi toda construída numa relação de respeito federativo e esse governo fala muito em 'menos Brasília mais Brasil' e, pelo o que eu entendi da declaração do Onyx, é mais Brasília e menos Brasil”, criticou.
Maia ainda considerou a decisão de excluir os municípios da medida um desrespeito: “Tudo concentrado na Caixa Econômica é um erro e até um desrespeito aos tantos profissionais de assistência social nos municípios e nos CRAS, que há muitos anos vêm realizando um trabalho em conjunto com os governos federais, independentemente de siglas partidárias, e têm atuado de forma importante”.
A declaração veio após o presidente da Câmara ser questionado a respeito da extensão do auxílio emergencial para outros setores da sociedade, medida já aprovada pelo Senado e que aguarda votação no plenário da Câmara. Na ocasião, Maia afirmou que os deputados votarão o projeto e defendeu a integração da medida com outros bancos.
“Toda a rede bancária tem que estar à disposição de ajudar para que o dinheiro chegue mais rápido nas contas das famílias. Os bancos e empresas de maquininhas de cartão de crédito podem ajudar e podem ser um instrumento importante”, defendeu.
“A integração desse trabalho com outros bancos e outros instrumentos de pagamentos como as máquinas de pagamento e também os municípios, que sempre controlaram as suas partes do Cadastro Único, é muito importante para que as soluções sejam mais Brasil e menos Brasília”, finalizou.
* Estagiário sob a supervisão do subeditor Eduardo Murta