A Assembleia Legislativa e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) oficializaram, nesta quarta-feira, um protocolo de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. A parceria prevê a soma de esforços para monitorar o avanço da infecção, construir documentos que contenham informações técnicas sobre a doença e, ainda, desenvolver campanhas de orientação aos cidadãos. A UFMG entregou, ao presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV), uma análise sobre a oferta de leitos no estado.
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Governo de Minas estabelecerá normas para cidades reativarem comércioCoronavírus: Deputados estaduais aprovam redução no valor das verbas indenizatóriasAssembleia Legislativa aprova política de prevenção da violência domésticaKalil: 'Quem não está entre os serviços essenciais não deve ir trabalhar'MG: ampliação do bolsa merenda só será possível com auxílio do setor privadoUip pede a Bolsonaro que respeite seu direito de não revelar tratamentoO texto diz que a sobrecarga de leitos gerais pode ser observada caso 1% da população seja infectada em três meses. Nesse cenário, seis microrregiões teriam a capacidade de atendimento comprometida. Caso o percentual seja atingido em seis meses, apenas duas microrregiões seriam sobrecarregadas.
Quanto às unidades de terapia intensiva (UTIs), se 1% da população contrair o vírus em um semestre, as macrorregiões do Jequitinhonha, Triângulo Norte, Nordeste, Sul e Centro-Sul do estado não conseguirão comportar a demanda. Se a taxa de infecção for atingida em um mês, a situação pode se agravar, visto que 36% das microrregiões do estado enfrentariam a superlotação.
Segundo o presidente da Assembleia, os diversos cenários traçados pelo estudo tornam essenciais as medidas de restrição social. “Isso demonstra a necessidade do isolamento, para estender ao máximo a curva e causar o menor dano possível às pessoas e ao serviço de saúde”, salientou.
O estudo entregue à Assembleia aborda, também, os respiradores. Com a taxa de infecção de 1% atingida em 30 dias, apenas a região do Jequitinhonha teria dificuldades.
De acordo com levantamento feito por UFMG e Ministério da Saúde, caso não sejam construídas ações paliativas, como os hospitais de campanha, Belo Horizonte pode sofrer com a ausência de leitos já no fim deste mês.
Auxílio técnico
Segundo Agostinho, os conteúdos técnicos elaborados pela UFMG vão ajudar os parlamentares a formatar projetos de enfrentamento à pandemia. “Em um momento de discussão sobre o melhor método , nada melhor que se aliar à ciência e ao conhecimento”, afirmou.
“Estamos à disposição para fornecer estudos e análises que possam auxiliar as deputadas de deputados em suas tomadas de decisão, e também, na divulgação de medidas à população. Estamos trabalhando, junto ao governo do estado e aos municípios, para combater a COVID-19”, destacou a reitora da universidade.