“O presidente é muito parceiro, muito voluntarioso e tem um pensamento muito forte no Brasil”, disse. “A gente vai dando passos rumo a uma unidade muito boa por parte do governo”, completou.
Mandetta e Bolsonaro se encontraram no Palácio do Planalto durante a manhã. Ao deixar a reunião, o ministro manteve o silêncio e não falou com os jornalistas. Pouco depois, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), cotado para assumir a pasta, chegou ao local, o que reacendeu os rumores sobre uma possível demissão.
De acordo com Mandetta, porém, o encontro serviu para alinhar o discurso entre o Ministério da Saúde e Bolsonaro. “(Foi para) A gente colocar as situações, colocar as simulações, os números que temos. O presidente dando suas orientações. Uma reunião de trabalho, uma reunião boa, um bom clima. Toda a equipe está tranquila, todo mundo trabalhando. Acho que isso daí foi muito bom. A gente deve ter outras (reuniões). Agora à tarde, tivemos outra, colocando algumas situações a respeito dessas operações mais delicadas, operações internacionais”, disse.
Em outro momento da entrevista, Mandetta fez questão de mencionar Bolsonaro como o comandante do “time” que combate o coronavírus no Brasil. "A todos aqueles que estão com os ânimos mais exaltados, quero deixar claro que está tudo bem. Estamos olhando pelo para-brisa e essa estrada vemos que teremos dias muito duros, muito difíceis. E quem comanda esse time é o presidente Jair Messias Bolsonaro”, afirmou.
“Nós vamos gradativamente deixando todos tranquilos para que a gente possa fazer um bom trabalho cada um na sua área, o que cada um poderá levar de melhor para as famílias brasileiras. Respeitando cada um os seus espaços. O Ministério da Saúde tem toda a tranquilidade para tomar nossas medidas. Tivemos nossas dificuldades internas? Tivemos. Isso é público. Mas estamos prontos, cientes cada um de seu papel”, completou Mandetta.
Tensões na segunda-feira
Ao longo desta segunda-feira, cogitou-se a demissão de Mandetta. Bolsonaro, porém, foi convencido de que o melhor seria mantê-lo no cargo, apesar das divergências. O ministro segue as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) no combate à COVID-19 e orienta um isolamento social que inclua a maioria das pessoas, com o objetivo de evitar mortes e sobrecarga no sistema de saúde.
Já Bolsonaro, com o propósito de reduzir danos econômicos, defende o chamado “isolamento vertical”, em que apenas aqueles que estão em grupos de risco (idosos e portadores de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e asma) devem ficar em casa. Apesar da manutenção de Mandetta e de um discurso mais alinhado entre os dois, as divergências ainda existem.