O governador Romeu Zema (Novo) viajou nesta quinta-feira para um encontro com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O objetivo é a ajuda financeira para Minas para amenizar os efeitos causados pela crise do coronavírus (COVID-19) e discutir a venda dos créditos do nióbio pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), visando pagar o salário o 13º de 2019 de parte dos servidores públicos estaduais.
A reunião com o presidente da República e os assuntos a serem tratados foram divulgados por Romeu Zema em uma postagem nas redes sociais. “Solicitarei auxílio financeiro para Minas e apoio na diminuição dos impactos causados pelo #coronavírus. Quero garantir os empregos, apoiar municípios e amparar nosso povo. A operação do Nióbio será um dos temas abordados”, revelou o chefe do executivo mineiro.
Em Brasília para reunião com o presidente @jairbolsonaro .Solicitarei auxílio financeiro para Minas e apoio na diminuição dos impactos causados pelo #coronavírus . Quero garantir os empregos, apoiar municípios e amparar nosso povo. A operação do Nióbio será um dos temas abordados
Também há expectativa de que o governador consiga negociar com a destinação de recursos da União que possa auxiliar o estado a quitar a folha de pagamento dos servidores públicos. Em entrevista ao Estado de Minas, na última terça-feira (7), o governador disse que ainda não tem data definida para o pagamento de salários de parte dos servidores públicos, referente a março. Por enquanto, somente os servidores das áreas da saúde e da segurança – serviços considerados essenciais em meio à pandemia do novo coronavírus – receberão os salários nesta quinta.
Enquanto outros governadores entraram em rota de colisão com Jair Bolsonaro por causa das medidas de isolamento social que adotaram no enfrentamento da epidemia do coronavírus, Romeu Zema optou por manter uma boa relação com o presidente da República, que defende o abrandamento das medidas, por causa dos prejuízos para a economia.
Depois de participar de participar de uma reunião por videoconferência entre 26 governadores e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), Zema não concordou com o documento final produzido pelo grupo, e se recusou a assinar a chamada “Carta dos Governadores do Brasil neste momento de crise”. Apenas dois participantes da videoconferência não assinaram o documento: Zema e o governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (PSL).
Os chefes dos executivos estaduais organizaram a reunião como uma resposta ao presidente Jair Bolsonaro, que tinha acusado os governadores de estarem exagerando nas medidas restritivas contra a propagação da Covid-19.
A recusa do chefe do executivo mineiro em assinar a carta foi interpretada como uma estratégia para se evitar qualquer embate com Bolsonaro em um momento que o Estado precisa da ajuda federal para enfrentar a crise financeira e os impactos da crise da epidemia do coronavírus.
Na oportunidade, em nota, a assessoria do governador mineiro, afirmou que “o governador Romeu Zema defende que esse é um momento de união de todos os gestores públicos. Por esse motivo, não endossou uma primeira versão da carta, que cita o presidente Jair Bolsonaro. Zema sugeriu uma nova redação, que não foi contemplada. Com isso, o governador optou por não avalizar o documento final”.
A nota ressaltou ainda três pontos defendidos pelo governador mineiro na reunião com os outros chefes de executivos estaduais: a liberação de recursos da Lei Kandir para aliviar o caixa dos estados, a aprovação urgente do Plano Mansueto, que prevê suspensão do pagamento das dívidas dos estados com bancos público e mudanças no Regime de Recuperação Fiscal, além de cobrar um pacote de medidas de socorro aos empregos e à iniciativa privada, principalmente micro e pequenas empresas.