O presidente Jair Bolsonaro lamentou nesta quinta-feira, 9, a decisão de ontem, 8, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu o governo federal de decidir sobre medidas de restrição no combate à covid-19. Segundo decisão do ministro Alexandre de Morais, cabe a Estados e municípios adotar ou não as restrições.
"Tem ministro do STF dizendo quem é responsável pela imposição de isolamento, quarentena, suspensão de aulas, restrição de comércio, atividades culturais e circulação de pessoas, dizendo que quem decide isso é o governador ou o prefeito. Então a responsabilidade das medidas que estão te prejudicando é do governador e do prefeito", disse Bolsonaro, que pediu para não ser cobrado sobre as medidas. Ele avisou, no entanto, que a Advocacia-Geral da União (AGU) vai recorrer da decisão. "Mas não vou entrar em polêmica, é decisão do Supremo", contemporizou.
A decisão de Moraes atendeu em partes um pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para quem o presidente da República tem se comportado como "agente agravador da crise".
Bolsonaro voltou a criticar o isolamento social como está sendo praticado no País, reafirmou que defende o isolamento vertical, voltado a integrantes do grupo de risco e a casos suspeitos, e disse que a estratégia de pedir que as pessoas fiquem em casa não funciona entre os mais pobres. "Essa historinha de ficar em casa... gente que mora em bairros muito pobres não tem como ficar em casa, tem que sair para trazer o pão para dentro de casa", defendeu.
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