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Estado de Minas PANDEMIA

Coronavírus: Mandetta prevê 'dias duros' em maio e junho

Mandetta prevê pico da doença para os próximos dois meses e admite que números estão subestimados no Brasil


postado em 12/04/2020 23:34 / atualizado em 13/04/2020 00:14

Mandetta prevê pico da doença para os próximos dois meses e admite que números estão subestimados no Brasil(foto: Anderson Riedel/PR)
Mandetta prevê pico da doença para os próximos dois meses e admite que números estão subestimados no Brasil (foto: Anderson Riedel/PR)
O Brasil enfrentará o período mais preocupante da crise do coronavírus nos dois próximos meses, projetou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A declaração foi feita em entrevista na noite deste domingo (12) ao programa Fantástico. Ele admitiu que os números oficiais (há 1.223 mortes e 22.169 casos confirmados) estão subestimados. "No mês de maio, junho, teremos os dias muito duros".

Ele voltou a defender o isolamento como uma das principais medidas de combate à COVID-19. "Se iniciarmos precocemente uma movimentação, vamos voltar àquele mesmo padrão do início, em que tinha, dia após dia, aumento do surgimento de brotes epidêmicos. A gente imagina que o mês de maio e de junho serão os 60 dias mais duros para nossas cidades", reforçou.
 
A posição contrasta com a do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem defendido a flexibilização das medidas de isolamento. Na mesma entrevista, Mandetta afirmou que há, também, preocupação com a economia, mas que o Ministério da Saúde "chama pelo lado do equilíbrio de proteção à vida".

Indagado sobre uma projeção de infectados no país ao longo deste ano, Mandetta disse que não existe "absolutamente nada que influencie mais essa resposta do que como a sociedade brasileira vai se comportar nos próximos dias", voltando a fazer defesa da quarentena. "Esse número muda muito ao sabor de como a gente vai se comportar. Se a gente não fizer absolutamente nada. Se falarmos 'vamos todos trabalhar', deixa só quem tem mais de 60 anos em casa. Tem cenários extramamente otimistas e tem cenários extremamente pessimistas".
 
Já Bolsonaro prega o que chama de 'isolamento vertical', que permitiria liberdade de circulação e trabalho para pessoas que não estão nos chamados grupos de risco. 

TESTES RESTRITOS

Mesmo reconhecendo que o total de testes que o Brasil tem feito está abaixo da média mundial, o ministro negou que a ausência de exames esteja afetando os trabalhos de planejamento e coordenação no combate à doença. "Não existe capacidade de fazer testagem de 200 milhões de habitantes", afirmou, defendendo prioridade para determinadas categorias, como as da área médica e de segurança.
 
E defendeu que, mesmo assim, as estimativas seriam seguranças. "A gente não está no escuro. Mesmo sem essa testagem, temos modelos estatísticos, matemáticos, que nos permitem dimensionar qual é o ritmo, para onde está indo, se está deslocando para que faixa etária. Modelos matemáticos que nos permitem fazer cálculos muito bons sem estar testando 100% das pessoas". 

 


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