O presidente Jair Bolsonaro evitou comentar nesta segunda-feira, 13, sobre a entrevista concedida na véspera pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao Fantástico, da TV Globo. Na saída do Palácio da Alvorada, o presidente disse para apoiadores e depois para jornalistas que não assistia à emissora. Desde o dia 2 de abril, Bolsonaro não dava declarações para a imprensa na frente da residência oficial.
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Mandetta disse ainda que maio e junho serão os meses mais difíceis da crise. Enquanto Bolsonaro, em clara divergência, disse neste domingo, em videoconferência com lideranças religiosas, que a "questão do vírus está começando a ir embora".
"Tenho dito desde o começo, há 40 dias. Temos dois problemas pela frente, o vírus e o desemprego. Quarenta dias depois, parece que está começando a ir embora a questão do vírus, mas está chegando e batendo forte o desemprego", afirmou o presidente na chamada com religiosos.
O mandatário e o ministro travam uma guerra fria em meio ao enfrentamento da covid-19. Para Bolsonaro, o isolamento social deveria ser vertical, voltado apenas para grupos de risco da doença. Já Mandetta defende o distanciamento social mais amplo.
Ontem, durante a entrevista, Mandetta também criticou o comportamento de pessoas que têm quebrado o isolamento. "Quando você vê as pessoas entrando em padaria, supermercado, fazendo fila, piquenique isso é claramente uma coisa equivocada", avaliou o ministro.
Na última quinta-feira, Bolsonaro ignorou orientações de distanciamento social e foi a uma padaria na Asa Norte, em Brasília. O chefe do Executivo provocou mais agrupamentos no dia seguinte quando foi a uma drogaria. Na ocasião ele fez questão de deixar claro: "ninguém vai tolher meu direito de ir e vir".
O presidente e seu auxiliar participaram no sábado, 11, de uma visita ao hospital de campanha em construção na cidade de Águas Lindas, no Goiás. Na ocasião, o presidente foi ao encontro de apoiadores, que se aglomeraram para cumprimentá-lo. Questionado sobre o comportamento, o ministro respondeu: "Eu procuro seguir uma lógica de não aglomeração", disse.