“Eu deixo o Ministério da Saúde em três situações. Uma, quando o presidente não quiser mais o meu trabalho. O segundo é quando se, eventualmente, isso a gente não pode saber, imagine que eu pegue uma gripe dessa e tenha que ser afastado por forças alheias à minha vontade. E a terceira quando eu sentir que o trabalho feito já não é mais necessário que seja continuado porque, de alguma maneira, passamos por esse estresse”, disse.
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“Não somos insubstituíveis, nunca falamos que somos. São visões diferentes. Ele (Bolsonaro) claramente externa que quer um outro tipo de posição por parte do Ministério da Saúde que eu, baseado no que nós recebemos e baseado em ciência, eu tenho esse caminho para oferecer. Fora desse caminho, tem que achar alternativas. E tem muitas alternativas, gente muito boa, muito experiente”, disse.
‘Alternativas’
Em outro momento da entrevista, Mandetta citou o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) como alguém que pensa diferente e propõe outros tipos de ação para enfrentar a pandemia no Brasil.
“Eu tenho ex-secretários de saúde que verbalizam diariamente que acham que o caminho é outro. O deputado Osmar Terra todo dia fala: ‘O caminho está errado, eu quero ir por aqui’. Existem pessoas que acreditam fielmente e que criam essas teorias de negócio (isolamento) vertical, oblíquo, horizontal... Não sei de onde vêm essas angulações. Mas acreditam fielmente. Ninguém é dono da verdade. Nós temos um conjunto de informações que nos levam a ter essa conduta de cautela”, disse.
Em seguida, porém, Mandetta defendeu as estratégias do Ministério da Saúde. “Parece que eu sou contra o presidente ou o presidente é contra mim. Não. São visões diferentes do mesmo problema. Se tivesse uma visão única, seria um problema muito fácil de solucionar. Ele não é um problema maniqueísta, não é branco ou preto. Existe o cinza, existem várias gradações. Até aqui, o que coloco para a minha equipe é que nós fizemos um trabalho muito elogiado por banco mundial, por Organização Mundial de Saúde”, finalizou.