Brasília, 18/04/2020 - O presidente Jair Bolsonaro ignorou mais uma vez as recomendações de distanciamento social por conta do novo coronavírus e fez um novo passeio por Brasília neste sábado, 18. O chefe do Executivo deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, por volta das 15 horas rumo ao Planalto, onde despacha diariamente.
Sem máscara, Bolsonaro ficou durante cerca de uma hora na rampa da sede do Poder Executivo conversando com seguranças e acenando para apoiadores que começavam a se juntar à grade e que passavam em frente ao Planalto. Acompanhado do deputado Hélio Lopes (PSL-RJ) e seguranças, Bolsonaro desceu a rampa e conversou com populares. O presidente se manteve atrás das grades e não teve contato físico com apoiadores.
Aos populares, Bolsonaro voltou a criticar o isolamento social e afirmou que medidas impostas por governadores causam efeitos negativos na economia do País. O presidente também citou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu competência de Estados, Distrito Federal e municípios em regras de isolamento.
"Vai faltar dinheiro para pagar servidor público. O Brasil está mergulhando no caos. Quero crer que não seja apenas uma vontade desses políticos, que não vou nominar aqui, querer abalar a Presidência da República. Não vão me tirar daqui", disse enquanto apoiadores gritavam contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Antes de subir, o presidente recebeu um quadro de Jesus entregue por grupo composto por religiosos contrários ao aborto.
Do Planalto, Bolsonaro seguiu para o Setor Militar Urbano (SMU) de Brasília, onde encontrou com o ministro da Casa Civil, Braga Netto. Os dois conversaram por alguns minutos reservadamente. Diferente de outras ocasiões, Bolsonaro não cumprimentou as pessoas com apertos de mãos e evitou contato com apoiadores que se aproximaram para tirar fotos.
O presidente ainda desceu no meio da Praça dos Três Poderes. Bolsonaro comprou um picolé de um vendedor e posou para mais fotos. Ao chegar no Alvorada, Bolsonaro evitou a imprensa e falou apenas com populares. Questionado sobre a sua relação com Maia, Bolsonaro desconversou e disse que mantinha um relacionamento apenas com a "Dona Michelle", em referência à primeira-dama.
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