Jornal Estado de Minas

BOLSONARO

Huck critica Bolsonaro por participar de ato em defesa da ditadura: 'Promove a desordem e é inconstitucional'

A participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em um ato que pedia a intervenção militar, neste domingo, em Brasília, gerou diversas reações contrárias. O apresentador Luciano Huck, da TV Globo, usou o Twitter para criticar a postura do chefe do Executivo federal.




Defender a ditadura promove a desordem e é inconstitucional. Só com democracia construiremos um país menos desigual e mais eficiente e afetivo. Neste momento, deveríamos investir nosso tempo em salvar vidas e combater a pandemia e suas consequências”, postou. 

Sem máscara facial ou qualquer outro equipamento de proteção individual, Bolsonaro subiu em uma caminhonete para apoiar a manifestação, que pedia a volta do Ato Institucional 5 (AI-5), o mais duro decreto da ditadura militar (1964-1985) no país.

“Estou aqui porque acredito em vocês. Vocês estão porque acreditam no Brasil”, disse o presidente ao grupo. Também desprotegidos, eles estavam aglomerados na porta do Quartel Geral do Exército, na capital federal.



FHC diz que Huck ‘fica menor’ na crise

Luciano Huck é visto por muitos como um potencial candidato ao Palácio do Planalto na eleição de 2022.

Neste domingo, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), afirmou que o apresentador, por não fazer parte, oficialmente, do cenário político, tem ficado 'menor' durante a crise imposta pelos efeitos do novo coronavírus.

 

Na crise ele não tem instrumentos de aparecer e agir. Fica menor na crise. Doria fica maior. Os que detêm alavanca de poder, como o Doria, têm maior projeção. O Doria vem da rede social. Está tendo uma vantagem indiscutível”, opinou, em menção, também, ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

‘Chuva’ de críticas

A postura do chefe do Executivo gerou críticas de diversas lideranças políticas. Além de líderes do PSDB no Congresso Nacional, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, lamentou a atitude do presidente. Até mesmo a deputada federal Joice Hasselman (PSL-SP), ex-líder do governo no Parlamento, reagiu de forma contrária à participação de Bolsonaro no ato.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), instituição que, ao lado do Congresso, foi alvo dos protestos do grupo bolsonarista, também utilizou o Twitter para comentar o ato. Ele classificou as manifestações como algo ‘assustador’.

Com informações da Agência Estado.