O juiz Sergio Moro se tornou o oitavo ministro do governo de Jair Bolsonaro a deixar o cargo, desde janeiro do ano passado. Só em 2020 já foram quatro trocas. Neste mês, o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta teve divergências com o presidente da república por causa do isolamento social do coronavírus e foi demitido - o também médico Nelson Teich assumiu o posto.
Outro ponto de discordância entre Mandetta e Bolsonaro foi na questão do uso da cloroquina para tratamento nos pacientes. Mandetta acreditava que os testes científicos eram insuficientes na eficácia no tratamento da doença.
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Quem também foi demitido foi o ministro da Educação, Ricardo Vélez. Sua saída foi sob a alegação de "falta de expertise e gestão", que levaram a problemas internos dentro da pasta. O professor universitário Abraham Bragança Wientraub o substituiu.
Dois meses depois, duas novas trocas. Houve mudança também na secretaria do governo, outro posto de confiança do presidente Jair Bolsonaro: o general Luiz Eduardo Ramos Baptista substituiu Carlos Alberto dos Santos Cruz. Então secretário-geral da presidência, o general Floriano Peixoto Vieira Neto deixou o cargo para se tornar presidente do Correios em junho. O posto foi ocupado pelo major Jorge Antônio de Oliveira Francisco.
Gustavo Canuto iniciou as trocas em 2020 ao ser demitido no início de fevereiro do Ministério do Desenvolvimento Regional. Em seguida, assumiu a presidência da Dataprev, empresa de tecnologia e informações da Previdência Social. Rogério Marinho foi designado para o cargo.
Outro que deixou a pasta foi o então deputado Osmar Terra. Em fevereiro, ele havia se desligado do Ministério da Cidadania em virtude de reforma encabeçada por Jair Bolsonaro. Então ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni herdou o seu lugar. Com a Casa-Civil vaga, Bolsonaro designou o general mineiro Walter Souza Braga Netto para a função.