O agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro listou uma série de crimes cometidos pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) em seu pronunciamento de despedida.
Moro, que, segundo políticos, teria feito uma “delação premiada”, afirmou que Bolsonaro falsificou o ato de exoneração de Maurício Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal e acusou o presidente quer interferir nas investigações da PF.
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Moro anuncia demissão e acusa Bolsonaro de interferir na PFMoro nega ter assinado exoneração de Valeixo e afirma que diretor queria ficarFHC manda recado para Bolsonaro: 'Renuncie antes de ser renunciado'Moro, Mandetta e Osmar Terra: relembre as saídas dos oito ministros de BolsonaroEm carta, Valeixo diz que a PF 'segue alinhada aos princípios republicanos'Saída de Moro renova dúvida sobre permanência de Guedes no governoCarlos e Eduardo Bolsonaro são acusados de comandarem o Gabinete do Ódio, instalado no Palácio do Planalto. As investigações da Polícia Federal apontam que uma série de Fake News e ataques contra o Congresso e o STF partem dali.
Os três irmãos também estariam por trás das manifestações do último domingo (19/04) pregando o volta da ditadura, com o retorno do AI-5 e o fechamento do Congresso e do Supremo. Segundo policiais, as investigações do Gabinete do Ódio e dos organizadores das investigações vão se cruzar.
Nem nos governos do PT
Moro destacou também que nem nos governos do PT, nos quais foram investigados o mensalão e o petrolão, houve interferências do governo na PF, como quer Bolsonaro. O presidente vinha pressionando Moro para trocar o diretor-geral da PF e vários superintendentes regionais sem qualquer justificativa técnica.
O ex-ministro revelou que Bolsonaro quer ter acesso a todos os relatórios de investigações da PF, o que só se consegue com interferências políticas. Isso, no entender de Moro, é inaceitável e a sociedade precisa estar alerta, pois ignora todo o combate à corrupção.
Resta saber o que o Supremo Tribunal Federal fará daqui por diante. Nessa quinta-feira (23), o ministro Celso de Mello deu 10 dias para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se manifestar sobre os pedidos de processo de impeachment de Bolsonaro que têm chegado à Casa, mas estão sem análise.
Depois do depoimento de Moro, não há dúvidas de que Bolsonaro está com um pé no precipício. Será que o apoio de políticos corruptos do Centrão lhe garantirão a sobrevida que ele acredita que terá? Só o tempo dirá.