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Estado de Minas CRISE

Ao lado de ministros e Mourão, Bolsonaro fala sobre Moro: 'Ele era um ídolo para mim'

Presidente disse que ex-ministro, que pediu demissão e citou 'interferências políticas' na Polícia Federal, tem 'compromisso com o próprio ego'


postado em 24/04/2020 17:31 / atualizado em 24/04/2020 19:21

(foto: Reprodução/TV Brasil)
(foto: Reprodução/TV Brasil)
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quebrou o silêncio e falou pela primeira vez após as acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que pediu demissão após afirmar que estariam ocorrendo ‘interferências políticas na Polícia Federal’. Bolsonaro disse que Moro tem ‘compromisso com seu próprio ego’ e que decisões ministeriais não são soberanas.

Bolsonaro relembrou a primeira vez que se encontrou com Sergio Moro. O presidente, na época deputado federal, disse que viu Moro, na ocasião juiz federal, em 2017, no Aeroporto de Brasília. No entanto, Bolsonaro disse ter sido ‘ignorado’ por Moro. Ele confessou ter ficado triste com o episódio, pois o magistrado era um ídolo para o então parlamentar.
 
“Uma coisa é você admirar uma pessoa, a outra é conviver e trabalhar com ela. Hoje pela manhã (nesta sexta, 24), por coincidência, tomando café com parlamentares, eu lhes disse: 'hoje vocês conhecerão aquela pessoa que tem compromisso consigo próprio, com seu ego e não com o Brasil'. O que tenho ao meu lado, e sempre tive, é o povo brasileiro. Hoje, essa pessoa colocou uma alcunha entre eu e o povo brasileiro. Isso aconteceu há poucas horas. Um breve histórico: todos conheceram o sr. Sergio Moro em suas decisões em Curitiba. A Lava Jato existia, mas ninguém nega o seu brilhante trabalho. Conheci o Moro em 30 de março de 2017, no Aeroporto de Brasília. Ele estava parado numa lanchonete, fui cumprimetá-lo e ele praticamente me ignorou. A imprensa deu descrédito à minha pessoa. Fiquei triste, pois ele é um ídolo para mim. Eu era um humilde deputado, como são a maioria dos deputados. Não chorei, mas fiquei triste. Estava em Parnamirim e recebi um telefonema dele. Sua consciência tocou e conservamos sobre o episódio. Me senti reconfortável depois disso”, afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro disse que deu sinal verde a Moro para escolher diversos cargos, principalmente na Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Apesar da autonomia, o presidente afirmou que as decisões ministeriais não são soberanas.

“Acertamos, como fiz com todos os ministros. Vai ter autonomia para o seu ministério. Isso não significa soberania. Falei sobre meu poder de veto aos cargos chaves. Daria o sinal verde, ou não. Foi feito isso para todos os ministros. Dei sinal verde para 90% dos cargos. Foi feito isso com o sr. Maurício Valeixo, até ontem diretor da nossa honrada Polícia Federal”, concluiu.
 
Para o discurso desta sexta-feira (24), Bolsonaro reuniu todo o seu corpo ministerial, além de seu vice, general Hamilton Mourão. Todos, exceto o ministro da Economia Paulo Guedes, estavam sem máscaras, provocando aglomeração, contrariando as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) diante da pandemia de coronavírus. 


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