Na visão do senador mineiro Carlos Viana (PSD), a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, oficializada nesta sexta-feira (24), ocorreria “mais cedo ou mais tarde”. Ao Estado de Minas, o parlamentar, embora tenha dito que as trocas na cúpula do Executivo sejam comuns a qualquer governo, pediu a investigação das denúncias feitas pelo ex-juiz. Ao deixar o cargo, Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de interferir na atuação da Polícia Federal, solicitando até mesmo relatórios confidenciais feitos pelo órgão.
A saída ocorreu após Bolsonaro exonerar Maurício Valeixo da diretoria-geral da PF. “Havia uma indisposição com o presidente que já durava algumas semanas. A troca do delegado Valeixo antecipou a decisão. Ministro nenhum pode ser maior que o presidente da República, em qualquer governo, o que era o caso do Moro. Ele é uma figura pública que, dentro do governo, gerava dificuldades para Bolsonaro”, opina Viana.
Durante o pronunciamento de despedida, Moro disse que Bolsonaro havia prometido “autonomia”. No comando do ministério, ele teria liberdade para preencher cargos de confiança. Viana diz que, caso as denúncias feitas por Moro se confirmem, deputados federais e senadores precisam trabalhar para assegurar independência à Polícia Federal.
“As divergências sobre a Polícia Federal vinham marcando o relacionamento ruim entre presidente e ministro. A independência da Polícia Federal é fundamental. Se as denúncias forem confirmadas, o Congresso deve buscar aprovar, imediatamente, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garanta à PF independência nas investigações”, completa.
Ainda segundo ele, o antigo ocupante da pasta da Justiça pode se tornar uma importante figura da vida política nacional, com vistas até mesmo ao pleito presidencial de 2022.
Vice-presidente do Senado, Anastasia fez menção à necessidade de dar continuidade às ações encampadas pelo Ministério da Justiça, como o Projeto de Lei que permitiu o bloqueio imediato de bens das entidades e pessoas investigadas por lavagem de dinheiro e terrorismo. Ele, contudo, disse compreender a decisão tomada pelo ex-juiz.
“Imagino que a decisão do ministro em deixar a pasta não tenha sido fácil, mas concordo que não podemos abrir mão de nossos valores e compromissos e daquilo que acreditamos”, salientou.
Pacheco, por sua vez, classificou a saída de Sergio Moro como uma perda para o governo, mas lembrou que o país precisa se unir para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. “Temos que considerar que estamos no meio de uma gravíssima pandemia, que está matando pessoas, além de uma crise econômica muito significativa. Ainda que a demissão de Sergio Moro seja muito relevante, precisamos manter o foco. Não é momento de dividir”.
“Bolsonaro descobriu que não se faz política sozinho. Se você não souber dialogar, não há como caminhar e o país viverá sobressaltos toda semana. Ao se aproximar dos partidos, o presidente está conseguindo uma nova base no Congresso”, avaliou.
A saída ocorreu após Bolsonaro exonerar Maurício Valeixo da diretoria-geral da PF. “Havia uma indisposição com o presidente que já durava algumas semanas. A troca do delegado Valeixo antecipou a decisão. Ministro nenhum pode ser maior que o presidente da República, em qualquer governo, o que era o caso do Moro. Ele é uma figura pública que, dentro do governo, gerava dificuldades para Bolsonaro”, opina Viana.
Durante o pronunciamento de despedida, Moro disse que Bolsonaro havia prometido “autonomia”. No comando do ministério, ele teria liberdade para preencher cargos de confiança. Viana diz que, caso as denúncias feitas por Moro se confirmem, deputados federais e senadores precisam trabalhar para assegurar independência à Polícia Federal.
“As divergências sobre a Polícia Federal vinham marcando o relacionamento ruim entre presidente e ministro. A independência da Polícia Federal é fundamental. Se as denúncias forem confirmadas, o Congresso deve buscar aprovar, imediatamente, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garanta à PF independência nas investigações”, completa.
Ainda segundo ele, o antigo ocupante da pasta da Justiça pode se tornar uma importante figura da vida política nacional, com vistas até mesmo ao pleito presidencial de 2022.
Anastasia e Pacheco exaltam trabalho de Moro
Por meio de notas oficiais, os outros componentes da bancada de Minas Gerais no Senado Federal, Antonio Anastasia (PSD) e Rodrigo Pacheco (DEM), também comentaram a saída de Moro.Vice-presidente do Senado, Anastasia fez menção à necessidade de dar continuidade às ações encampadas pelo Ministério da Justiça, como o Projeto de Lei que permitiu o bloqueio imediato de bens das entidades e pessoas investigadas por lavagem de dinheiro e terrorismo. Ele, contudo, disse compreender a decisão tomada pelo ex-juiz.
“Imagino que a decisão do ministro em deixar a pasta não tenha sido fácil, mas concordo que não podemos abrir mão de nossos valores e compromissos e daquilo que acreditamos”, salientou.
Pacheco, por sua vez, classificou a saída de Sergio Moro como uma perda para o governo, mas lembrou que o país precisa se unir para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. “Temos que considerar que estamos no meio de uma gravíssima pandemia, que está matando pessoas, além de uma crise econômica muito significativa. Ainda que a demissão de Sergio Moro seja muito relevante, precisamos manter o foco. Não é momento de dividir”.
Bolsonaro quer se aproximar do Legislativo
À reportagem, Carlos Viana afirmou não acreditar que a saída de Moro trará prejuízos à relação entre Palácio do Planalto e Congresso Nacional. Segundo o senador, o presidente da República tenta se aproximar dos partidos com representação no Poder Legislativo.“Bolsonaro descobriu que não se faz política sozinho. Se você não souber dialogar, não há como caminhar e o país viverá sobressaltos toda semana. Ao se aproximar dos partidos, o presidente está conseguindo uma nova base no Congresso”, avaliou.