O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, usou o Twitter, neste domingo, para afirmar que tem sido vítima de fake news disseminadas após oficializar a saída do governo federal. Ao pedir demissão, Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de tentar interferir na atuação da Polícia Federal.
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Maia e Bolsonaro têm tido atritos recentes. No último deles, o presidente chegou a classificar como ‘péssima’ a atuação do líder da Câmara Federal no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Antiga aliada do presidente, Joice disse, na semana passada, que Bolsonaro não respeita a democracia, as instituições e as liberdades. O comentário foi feito após o presidente participar, em Brasília, de uma manifestação que defendia o Ato Institucional 5, mais duro decreto editado durante a ditadura militar.
Neste domingo, a deputada, também pelo Twitter, comentou o post de Moro. “Verdade acima de tudo!!! A máquina de destruir reputações - agora palaciana/miliciana - tem sempre o mesmo modus operandi. Tentam jogar biografias na lama e atingir a família de quem considera desafeto. São covardes. Não conseguirão desta vez”, afirmou.
Carlos Bolsonaro se manifesta
A foto do encontro entre Moro, Joice e Maia foi postada, também, por Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador do Rio de Janeiro e filho do chefe do Executivo. Publicada ao lado de outra imagem, onde o ex-ministro conversa com o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), o registro tem, ainda, as presenças do ex-presidente Michel Temer (MDB) e de Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo.“Já que dizem que uma foto diz muito, espero destes acusadores, que valha para todos”, postou Carlos.
Nesse sábado, a Folha de S. Paulo revelou que a Polícia Federal concluiu que Carlos Bolsonaro atua como articulador de um esquema de notícias falsas, direcionado ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Troca de farpas
O ex-juiz tem sido ativo nas redes sociais desde que deixou o governo. Nesse sábado, Moro compartilhou uma campanha feita pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). "Faça a coisa certa, pelos motivos certos e do jeito certo" foi o lema de campanha de integridade que fizemos logo no início no MJSP", pontuou.No mesmo dia, Bolsonaro rebateu, fazendo menção aos vazamentos de mensagens trocadas por integrantes da força-tarefa envolvida na Operação Lava Jato: "A Vaza Jato começou em junho de 2019. Foram vazamentos sistemáticos de conversas de Sérgio Moro com membros do MPF. Buscavam anular processos e acabar com a reputação do ex-juiz. Em julho, PT e PDT pediram prisão dele. Em setembro, cobravam o STF. Bolsonaro, no desfile, fez isso", diz a mensagem, que legendava uma foto dele ao lado de Moro.
Moro deixou o governo dizendo que o presidente queria vê-lo "fora do governo". O estopim para a eclosão da crise foi a exoneração de Maurício Valeixo da diretoria-geral da PF.
Com informações da Agência Estado.