Manifestantes a favor de Jair Bolsonaro (sem partido) saíram às ruas na tarde deste domingo, em Belo Horizonte, para apoiar o presidente da República. O movimento, que rodou pelas regiões Oeste, Centro-Sul e Central da cidade, atacou o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), além de não poupar críticas ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e ao prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD).
O ato pedia ainda uma intervenção militar. Os manifestantes hostilizaram os jornalistas que faziam a cobertura do movimento.
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Centro do debate político nos últimos dias, Moro foi um dos alvos da carreata “bolsonarista" por ter pedido demissão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública na última sexta-feira. O ex-juiz acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.
Sergio Moro, antes idolatrado pela ala governista e agora tido como "traidor", era considerado um dos pilares do Governo Federal. Bolsonaro deve escolher Jorge Oliveira, então ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, como novo ministro da Justiça.
O artista plástico Júlio Hubner, de 49 anos, esteve no ato e falou sobre a manifestação. "Ninguém esperava a saída de Moro nesse momento. O movimento queria enfraquecer o presidente e estamos aqui para fortalecê-lo", disse ao Estado de Minas.
Já as críticas a Kalil referem-se à forma como o prefeito encara a crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Os manifestantes pedem o fim do chamado isolamento social horizontal e a retomada das atividades comerciais, o que ainda não tem data para acontecer. "Deixa BH trabalhar", dizia um cartaz.
BH está desde 17 de março com o comércio limitado a serviços essenciais, únicos que funcionam integralmente. No trajeto feito pela carreata, os manifestantes passaram em frente à sede da prefeitura, quando o “buzinaço” foi intensificado, seguido de gritos contra o prefeito.
A maior parte dos manifestantes vestia camisas da Seleção Brasileira de futebol e desfilava com a bandeira do Brasil amarrada nos carros, com as cores verde e amarelo em evidência. Grande parte também estava com máscaras de proteção, equipamento obrigatório em BH em meio à pandemia.
O movimento também foi rechaçado por outras pessoas. Alguns pedestres debatiam com os manifestantes, enquanto moradores batiam panelas das janelas de prédios.
No inícioda noite, os manifestantes promovem novo "buzinaço" próximo à residência de Kalil, na Praça Marília de Dirceu, no Bairro Lourdes. A Polícia Militar contabiliza que cerca de 200 carros fizeram parte do ato.