Manifestantes a favor de Jair Bolsonaro (sem partido) saíram às ruas na tarde deste domingo, em Belo Horizonte, para apoiar o presidente da República. O movimento, que rodou pelas regiões Oeste, Centro-Sul e Central da cidade, atacou o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), além de não poupar críticas ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e ao prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD).
O ato pedia ainda uma intervenção militar. Os manifestantes hostilizaram os jornalistas que faziam a cobertura do movimento.
Em BH, carreata bolsonarista hostiliza imprensa e ataca Congresso, STF, Moro e Kalil; assista ao vídeo#Bolsonaro #noticiasBH #STF#Moro #Kalil #politica https://t.co/BiiXVoSBmP pic.twitter.com/DHZcU7iinD
%u2014 Estado de Minas (@em_com) April 26, 2020
No ato, os participantes levavam cartazes com dizeres como "fora, Maia, comunista", em referência ao presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com ataques ao Senado Federal e ao STF. Além disso, gritavam "fecha o Congresso", "Moro traidor" e "sou Bolsonaro" e cantavam o Hino Nacional e orações cristãs.
Centro do debate político nos últimos dias, Moro foi um dos alvos da carreata “bolsonarista" por ter pedido demissão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública na última sexta-feira. O ex-juiz acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.
Sergio Moro, antes idolatrado pela ala governista e agora tido como "traidor", era considerado um dos pilares do Governo Federal. Bolsonaro deve escolher Jorge Oliveira, então ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, como novo ministro da Justiça.
O artista plástico Júlio Hubner, de 49 anos, esteve no ato e falou sobre a manifestação. "Ninguém esperava a saída de Moro nesse momento. O movimento queria enfraquecer o presidente e estamos aqui para fortalecê-lo", disse ao Estado de Minas.
Já as críticas a Kalil referem-se à forma como o prefeito encara a crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Os manifestantes pedem o fim do chamado isolamento social horizontal e a retomada das atividades comerciais, o que ainda não tem data para acontecer. "Deixa BH trabalhar", dizia um cartaz.
BH está desde 17 de março com o comércio limitado a serviços essenciais, únicos que funcionam integralmente. No trajeto feito pela carreata, os manifestantes passaram em frente à sede da prefeitura, quando o “buzinaço” foi intensificado, seguido de gritos contra o prefeito.
A maior parte dos manifestantes vestia camisas da Seleção Brasileira de futebol e desfilava com a bandeira do Brasil amarrada nos carros, com as cores verde e amarelo em evidência. Grande parte também estava com máscaras de proteção, equipamento obrigatório em BH em meio à pandemia.
O movimento também foi rechaçado por outras pessoas. Alguns pedestres debatiam com os manifestantes, enquanto moradores batiam panelas das janelas de prédios.
No inícioda noite, os manifestantes promovem novo "buzinaço" próximo à residência de Kalil, na Praça Marília de Dirceu, no Bairro Lourdes. A Polícia Militar contabiliza que cerca de 200 carros fizeram parte do ato.