O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), teria convidado o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, para ocupar o cargo de ministro da Justiça. A informação foi divulgada na noite desta segunda-feira pelo jornal Folha de São Paulo.
Ainda segundo o jornal, a tendência é que Mendonça aceite a missão de substituir Sergio Moro, que rompeu com o governo e deixou o posto na última sexta, após fazer acusações graves a Bolsonaro. De acordo com Moro, o presidente teria tentado interferir politicamente no comando da Polícia Federal e solicitado acesso a inquéritos sigilosos da PF.
Caso confirmado o nome de André Mendonça, está praticamente certo qual será seu substituto na AGU: o atual procurador geral da Fazenda Nacional, José Levi Mello do Amaral Júnior. Os dois anúncios seriam, então, feitos simultaneamente.
Entre os nomes de fora do governo que Bolsonaro sondou para o Ministério da Justiça estão juristas de grande relevância e notoriamente conservadores, como o ministro Ives Gandra Martins, ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e o desembargador Thompson Flores, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão no processo do triplex do Guarujá (SP), conduzido por Moro na primeira instância.
Eles, porém, eram opções colocadas por generais e assessores diretos do presidente, mas desde o início o próprio Bolsonaro prefere alguém, como Jorge Oliveira e André Mendonça, de dentro do governo e de sua estrita confiança. No final, prevalece o temor de que Oliveira sofra muito mais resistência do que Mendonça, já que seu pai trabalhou durante muitos anos com Bolsonaro e ele próprio foi assessor e padrinho de casamento do deputado Eduardo Bolsonaro, o filho do presidente. Assim, Mendonça passou a ser o candidato mais forte.
Só depois de anunciar o nome do ministro o presidente irá também confirmar o novo diretor geral da Polícia Federal na vaga do delegado Maurício Valeixo, que foi demitido na semana passada, gerando a queda de Moro e a nova crise política do governo. O delegado de carreira Alexandre Ramagem é apontado ainda como o nome preferido, mas fontes do Planalto alertam que o martelo não foi ainda mantido e que Bolsonaro costuma ser imprevisível, mudando de opinião na última hora, sem comunicar aos próprios assessores principais.