Um dia depois do comentário polêmico do presidente Jair Bolsonaro em relação ao aumento do número de mortes pelo coronavírus, o ministro da Saúde Nelson Teich participou de uma teleconferência com o Senado Federal e se recusou a comentar sobre o fato. Teich afirmou que ‘não vai discutir comportamento’.
O ministro da Saúde saiu em defesa de Bolsonaro, garantindo que o presidente está preocupado com as pessoas e que está empenhado em ajudar a sociedade.
"Não vou discutir o comportamento. Mas posso dizer que ele está preocupado com as pessoas e com a sociedade. O alinhamento é nesse sentido. Existe um foco total em ajudar a sociedade, em ajudar as pessoas. Isso eu tenho certeza que é preocupação do presidente. Eu fui trazido por causa disso", disse Teich.
Na noite dessa terça, em conversa com a imprensa na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro, ao ser perguntado sobre o fato de o Brasil ter ultrapassado a China em número de mortes pela COVID-19, disse que lamentava os óbitos, mas que não poderia fazer nada, pois era ‘Messias’ (em alusão ao seu sobrenome), mas que não fazia milagre.
“E daí? Lamento, quer que faça o quê? Eu sou Messias, mas eu não faço milagre. As mortes de hoje, a princípio, foram de pessoas infectadas há duas semanas. É o que eu digo para vocês. Infelizmente o vírus vai atingir 70% da população. É a realidade. Mortes ninguém negou que haveriam”, afirmou Bolsonaro.
O Brasil já registra 5.466 mortes por COVID-19 e 78.162 pessoas diagnosticadas com a doença. Segundo boletim do Ministério da Saúde, desta quarta-feira, a taxa de letalidade do vírus no país é de 7%. Nas últimas 24 horas, o país registrou mais 449 óbitos - até então, o recorde registrado nesse intervalo de tempo é o do boletim dessa terça-feira, quando foram contabilizadas 474 novas mortes.