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Estado de Minas POLÍTICA

Bolsonaro chama Moro de 'Judas' e insinua que ex-ministro evitou investigação correta sobre caso da facada

Declaração do presidente contradiz relatórios da Polícia, que indicam que Adélio Bispo agiu sozinho


postado em 02/05/2020 11:05 / atualizado em 02/05/2020 11:36

Presidente Jair Bolsonaro e seu ex-
Presidente Jair Bolsonaro e seu ex-"super ministro" Sergio Moro (foto: Evaristo Sá/AFP)
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), segue sua rotina diária de ataques e polêmicas. Na manhã deste sábado, horas antes de Sergio Moro prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro postou um vídeo em seu perfil no Facebook chamando o ex-ministro da Justiça de “Judas”.

Além de se referir a Moro como o traidor de Cristo, o presidente insinuou que seu ex-“super ministro” pode ter interferido no inquérito que investiga o atentado realizado por Adélio Bispo em 2018. Bispo é o homem que atacou Bolsonaro com uma facada durante a campanha política na cidade de Juiz de Fora.

Os mandantes estão em Brasília? O Judas, que hoje deporá, interferiu para que não se investigasse?”, escreveu o presidente na rede social, em referência ao depoimento que Moro dará neste sábado sobre as acusações que ele próprio fez a Bolsonaro no dia 24 de abril, ao deixar o Ministério.

Bolsonaro completou: “Nada farei que não esteja de acordo com a Constituição. Mas também não admitirei que façam contra mim e ao nosso Brasil passando por cima da mesma Constituição”.

Relatório da Polícia sobre atentado

A declaração de Jair Bolsonaro contradiz os relatórios da Polícia Federal sobre a investigação do atentado a faca sofrido pelo presidente em 2018.

Após ouvir 192 pessoas, entre entre testemunhas e suspeitos, os relatórios parciais da PF demonstram que as provas colhidas não indicam a participação de terceiros nem a existência de mandantes.

A investigação também conta com 23 laudos periciais que trazem dados extraídos de celulares e computadores de investigados e resultados de exames feitos a partir de notícias postadas em redes sociais, que apontavam, supostamente, a participação de terceiros no atentado, o que foi descartado até o momento.


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