O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para criticar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, que suspendeu neste sábado, 2, o ato presidencial que determinava a expulsão de funcionários da embaixada da Venezuela em Brasília. Na publicação, Bolsonaro afirma que o ministro, ao atender um pedido do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e conceder a liminar, acatou os argumentos de um defensor do regime de Nicolás Maduro, sucessor de Hugo Chávez no comando da Venezuela.
"O deputado em questão, como se observa em vários vídeos, é um ferrenho defensor do regime Chávez/Maduro", afirma Bolsonaro. Antes da publicação e Bolsonaro, Paulo Pimenta já tinha divulgado um vídeo na internet para comemorar a determinação de Barroso. "Essa decisão de Bolsonaro era uma atrocidade", disse o deputado, afirmando que, somente na última quinta-feira, dia 30 de abril, 34 diplomatas venezuelanos foram informados que teriam de deixar o país.
1- O Ministro Luís Barroso suspendeu hoje a expulsão de funcionários da Embaixada da Venezuela no DF e consulados em Belém, Boa Vista, Manaus, RJ e SP. A retirada compulsória do corpo diplomático venezuelano foi determinada por ato do Presidente da República e do @ItamaratyGovBr.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 2, 2020
"Um gesto de ódio, de ressentimento, sem qualquer necessidade, em plena pandemia. Não havia nenhuma razão que justificasse tamanha atrocidade do governo Bolsonaro contra os representantes do povo venezuelano", declarou Pimenta.
A decisão do presidente que determinava a expulsão de funcionários da embaixada da Venezuela em Brasília também foi assinada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O governo brasileiro havia estipulado até este sábado a saída dos diplomatas do governo Nicolás Maduro. A Venezuela se recusa a cumprir a decisão alegando pressões desnecessárias do Planalto.
A decisão também previa a expulsão de funcionários de consulados venezuelanos em Belém, Boa Vista, Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo (SP). A suspensão determinada por Barroso vale por dez dias e o ministro requisitou, neste período, que Bolsonaro e o ministro Ernesto Araújo prestem informações sobre a expulsão.