O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou em suas redes sociais, nesta segunda-feira, o novo diretor-geral da Polícia Federal. O nome de Rolandro Alexandre de Souza foi publicado para o cargo no Diário Oficial da União.
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Alternativa
A nomeação de Souza é vista como solução alternativa enquanto Bolsonaro tenta reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impediu Ramagem de assumir o comando da Polícia Federal.
Depois da suspensão, Ramagem voltou à direção-geral da Abin.
Com Rolando de Souza no comando da instituição, o presidente também procura manter a influência de Ramagem, que é próximo à família Bolsonaro, na Polícia Federal.
Segundo pessoas próximas ao presidente, o diretor-geral da Abin tem participado diretamente das decisões sobre o futuro do comando da PF, uma atribuição do ministro da Justiça, André Luiz Mendonça.
Inquéritos
A nomeação do novo comando da Polícia Federal é vista também como uma forma de o presidete ter maior controle sobre as investigações da corporação envolvendo os filhos de Bolsonaro.
A primeira delas envolve as chamadas fake news divulgadas nas redes sociais atingindo autoridades e pólíticos adversários da família Bolsonaro.
Recentemente, a Polícia Federal deixou vazar inquérito que apontava o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (RJ) como responsáveis por uma rede que controla a dissiminação de notícias falsas contra opositores.
O senador Flávio Bolsonaro (RJ) também está envolvido em investigação sobre esquema de rachadinha - contratação irregular de assesores, na época que era deputado estadual -, com a finalidade de embolsar dinheiro público.
Após a demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, a Polícia Federal investiga agora a acusação do também ex-juiz de que Bolsonaro procura interefrir nas investigações da corporação para proteger os filhos. Moro prestou depoimento nesse sábado (2). (Com Estadão Conteúdo)